O garoto de apenas cinco anos, Pietro Gabriel Arguelho, que morreu uma semana após ter sido picado por um escorpião em casa em Ribas do Rio Pardo, a 97 km de Campo Grande, deu entrada no hospital com vômito e dor abdominal intensa. De acordo com a Prefeitura de Ribas do Rio Pardo, o menino foi atacado enquanto calçava o sapato para ir à escola, no último dia 15. O escorpião que estava dentro do tênis teria picado diversas vezes o menino.
O garoto foi encaminhado para o Hospital Municipal Doutor José Maria Marques Domingues, onde recebeu atendimento imediato.
A criança foi levada para a sala de urgência e recebeu o soro antiescorpiônico. Em seguida, foi entubado e transferido para Campo Grande no mesmo dia. Ele ficou internado por uma semana no Hospital Regional de Campo Grande. Infelizmente, a criança não resistiu e faleceu, na última terça-feira (22).
O menino é velado, nesta quarta-feira (23), e deve ser sepultado ainda hoje, em Ribas do Rio Pardo.
De acordo com a diretora de vigilância sanitária de Ribas do Rio Pardo, Divina Castro, a cidade de 23,1 mil habitantes registrou 15 acidentes com escorpiões entre janeiro e agosto deste ano, com um óbito. Já no ano passado, foram 18 casos, sem vítimas fatais.
A diretora afirma que os escorpiões na cidade têm aparecido em varal de roupas, calçados, paredes e quintais. Ela dá dicas para afastar a presença desses animais em casa.
“Orientamos a população com cuidados em não deixar restos de alimentos na pia de louças ou nas vasilhas dos animais. Limpar ao redor da casa, retirar entulhos e restos de construção. Os alimentos principais dos escorpiões são baratas e grilos”, ela explica.
Cuidados devem ser redobrados
As crianças são as mais vulneráveis a picadas de escorpiões, devido às brincadeiras no chão e à distração. É preciso redobrar a atenção com as crianças e também com os animais domésticos, que não estão livres do perigo.
Os sintomas iniciais que indicam sinal da gravidade são náuseas, vômitos, salivação e palidez. O atendimento médico de emergência deve ser buscado imediatamente após um acidente com escorpião.
“É importante levar o escorpião porque no posto de saúde vai tirar foto e mandar para os biólogos do Ciatox para analisar a espécie”, orienta o responsável clínico do Ciatox MS (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) e professor adjunto de dermatologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Alexandre Moretti de Lima.
Geralmente, com o uso de pá ou vassouras, as pessoas empurram o escorpião para dentro de um frasco.
Fale com o Ciatox-MS
Levantamento do Ciatox MS (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica de Mato Grosso do Sul) aponta 3.205 ataques de escorpiões em 2022, sendo 1.101 em Campo Grande.
Para orientação ou tirar dúvidas, os telefones do Ciatox são (67) 3386-8655, 0800-722-6001 e 150.
