Pietro Gabriel Arguelho, que faleceu após ser picado por um escorpião, em Ribas do Rio Pardo, a 97 km de Campo Grande, será enterrado nesta quarta-feira (23).

A criança de 5 anos foi ferroada pelo animal peçonhento quando calçava o sapato para ir à escola, no último dia 15, e faleceu na última terça-feira (22), no Hospital Regional, em Campo Grande.

Ele teria sido encaminhado primeiramente para o Hospital Municipal Dr. José Maria Marques Domingues, mas foi transferido para a Capital devido à gravidade do caso.

De acordo com o Portal Notícias do Cerrado, o início do velório está marcado para as 7h30 e o cortejo até o cemitério municipal está previsto para sair às 11h.

Em entrevista ao site local, o pai da criança, Max Jonatham, convidou quem queira se despedir do pequeno. O caso comoveu a cidade de 23.150 habitantes e acendeu o alerta para a presença de escorpiões.

“Nós optamos por ser um velório com tempo mais curto, mas queremos fazer algo bonitinho pra ele, uma despedida”, disse o pai.

Procure um médico

Levantamento do Civitox MS (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica de Mato Grosso do Sul) aponta 3.205 ataques de escorpiões em 2022, sendo 1.101 em Campo Grande.

responsável clínico do Civitox MS e professor adjunto de dermatologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Alexandre Moretti de Lima, explica que a primeira coisa a fazer após uma picada de escorpião é procurar imediatamente o atendimento de emergência para verificar a gravidade do acidente.

“É importante levar o escorpião porque no posto de saúde vai tirar foto e mandar para os biólogos do Civitox para analisar a espécie”, ele orienta. 

Geralmente, com o uso de pá ou vassouras, as pessoas empurram o escorpião para dentro de um frasco.

Alexandre afirma que a maioria dos casos é leve e os tratamentos geralmente são para dor. Contudo, há uma parte de casos moderados e graves que necessitam de soro antiescorpiônico. 

Como evitar o escorpião?

Campo Grande ainda não vive a época mais propícia para aparecimento de escorpiões, que seriam primavera e verão. Contudo, como o inverno no Estado tem a tendência de ser mais quente, alguns animais saem das tocas, bueiros, esgotos e caixas de gordura à procura de alimentos. 

“É importante manter o condicionamento dos lixos sempre fechados, armazenados em locais específicos, evitar entulhos, deixar sempre limpo terrenos baldios. Em casa, é fundamental fechar ralo, frestas, colocar água sanitária nos ralos, nos buraquinhos em que eles podem sair, diminuindo a proliferação”, explica o especialista. 

Todas essas dicas são importantes para evitar o aparecimento de escorpiões e dos insetos, como baratas e moscas – que são os alimentos do animal peçonhento. 

“A dedetização ajuda a controlar os insetos. Se controla os alimentos, você não traz o escorpião para próximo do ser humano”, afirma Alexandre. 

Ele também ressalta a importância de monitorar as crianças, já que elas são as mais vulneráveis para casos graves. Os sintomas iniciais que indicam sinal da gravidade são náuseas, vômitos, salivação e palidez. 

Para orientação ou tirar dúvidas, os telefones do Civitox são (67) 3386-8655, 0800-722-6001 e 150.