GABARITEI: Professor descomplica redação do Enem com dicas para mandar bem na prova
Prova que avalia os conhecimentos textuais do aluno está marcada para o primeiro dia de avaliações, em 5 de novembro
Thalya Godoy –
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O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) está programado, neste ano, para os dias 5 e 12 de novembro. A prova é a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil e no exterior, especialmente para quem sonha com uma vaga em uma universidade pública ou com uma bolsa de estudos em uma instituição particular.
Dividida em 45 questões objetivas de cada área de conhecimento de linguagens e códigos, ciências humanas, ciências da natureza e matemática, o Enem também conta com prova de redação no formato dissertativo-argumentativo de até 30 linhas. No caso da edição deste ano, a redação está marcada para o dia 5 de novembro.
Nesta segunda matéria da série GABARITEI: Edição Enem 2023, serão apresentadas dicas sobre redação, como explorar possíveis temas, estruturação da prova, maiores dificuldades e como estudar nesta reta final.
O nosso convidado para dar todo esse panorama sobre a redação do Enem é o professor de Língua Portuguesa, gramática e redação, Ale Jamil, que já ministrou aulas para dois alunos que obtiveram nota máxima na prova.
Uma das dicas do docente é para que o candidato se preocupe com a banca de correção, treinada para corrigir o texto a partir de cinco competências, que valem 200 pontos cada uma.
“A minha última preocupação é com o tema porque ao longo do ano eu ensino o aluno a escrever e não ficar decorando argumentos. Ele não tem que ser reprodutor de ideias e sim um articulador de ideias. Ele deve estar preparado para discorrer sobre quaisquer assuntos e não ficar decorando temas”, aponta.
Confira as 5 competências avaliadas na Redação do Enem:
- Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
- Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
- Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
- Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
- Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Iniciando a redação
Uma das primeiras dicas do professor é organizar a prova em quatro partes: introdução, desenvolvimento 1, desenvolvimento 2 e conclusão. Como o texto deve ter no máximo 30 linhas, a sugestão do professor é reservar 6 linhas para a introdução e 8 linhas para as outras três partes.
Outro conselho para ter uma boa introdução é usar artigos da Constituição Federal, a lei fundamental e suprema do Brasil.
“Gravem os artigos que poderão citá-los: artigo primeiro [que trata sobre o respeito à dignidade da pessoa humana], artigo terceiro [construir uma sociedade livre, justa e solidária], artigo quinto [igualdade perante a lei] e o sexto que é muito amplo sobre direitos sociais. São artigos genéricos e podem contemplar várias problemáticas”, aconselha o docente.
Coloco título?
O título é facultativo na redação do Enem, ou seja, fica a critério do aluno colocar ou não. Contudo, o professor Ale Jamil não recomenda elaborar um título para a redação porque representa menos uma linha para ser usada na argumentação.
Gestão de tempo
Outra dica importante para o aluno é saber fazer a gestão de tempo. A prova no primeiro dia, quando é feita a redação, tem duração de 5 horas e 30 minutos. Porém, além do texto, o aluno precisa responder 90 questões objetivas no mesmo dia, o que exige uma boa administração de horário para não deixar de responder nada.
“Se não administrar o tempo, você pode ter um desequilíbrio nessas áreas e comprometer a sua prova”, alerta o professor.
O tempo sugerido para uma redação bem escrita é de, no máximo, 1 hora e 50 minutos, já passada a limpo para a folha oficial da prova.
Pratique
Uma das melhores orientações é que o candidato pratique semanalmente escrevendo duas redações. A prática será uma boa chance para administrar o tempo e conhecer as próprias dificuldades.
“Qual é a sugestão de treino? Eu divido a redação: primeiro estrutura o tema, faça a introdução, desenvolvimento 1, desenvolvimento 2 e a conclusão. Veja quanto tempo você gasta em cada etapa, quanto tempo leva para estruturar, quanto tempo leva na introdução, no D1, no D2 e na conclusão e quanto tempo leva para passar a limpo. Vê onde tarda mais e procura remediar porque ainda há tempo para correção”, aconselha.
Argumentação
Depois da introdução é hora do candidato apresentar a argumentação e defender o ponto de vista. E agora? A dica está “na sua frente” ou “bem perto”. Olhe o que é notícia no mundo, os problemas que afligem a sociedade, o que é assunto nas redes sociais. Tudo isso irá ajudar a construir uma bagagem
“A maior dificuldade que o aluno tem na redação é conciliar o contexto sociocultural à sua argumentação. O que vale como contexto sociocultural? É o seu conhecimento de mundo: literatura, filosofia, atualidades, história, filmes, músicas, séries. Isso tudo contribui para a argumentação, mas eles não podem ser soltos, você só vai colocar um contexto sociocultural se for ao encontro do argumento que estiver falando”, explica o especialista em redação.
Tema
Como o professor Ale Jamil expôs acima, ele não acredita em “profecias” sobre temas para a redação do Enem. Ele defende que o candidato tenha argumentos “coringas” que possam ser usados em várias problemáticas, como os artigos já citados da Constituição Federal.
Entretanto, o professor acredita em tendências em redações e mescla entre eixos temáticos, como tecnologia e educação.
“O tema que mais caiu em vestibulares neste ano foi inteligência artificial, em época de ChatGPT, onde há muita informação. Mas pode cair qualquer tema”, ele aponta.
#GABARITEI: EDIÇÃO ENEM 2023
O Jornal Midiamax traz, na contagem regressiva para o Enem 2023, um guia de sobrevivência para que candidatos ao principal vestibular do país se deem bem nas matérias e temas prováveis de cair na prova. São 13 produções, assinadas pelos núcleos de Jornalismo do Cotidiano e de Jornalismo Multimídia da Central de Jornalismo do Midiamax, que vão orientar candidatos a terem o melhor rendimento nesta reta final. Confira toda a série clicando AQUI.
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