GABARITEI: Dominar funções e linguagem é chave para mandar bem no português do Enem

Professor dá dicas dos principais assuntos que devem cair na prova de linguagens do Enem

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Próxima prova do Enem será aplicada no dia 20 de novembro. (Gabaritei, Jornal Midiamax)

A menos de um mês para a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2023, é hora de revisar o conteúdo. E a língua portuguesa é chave para mandar bem na prova, já que muitas das questões exigem da capacidade de interpretação de texto e também porque o idioma em si é explorado na prova de linguagens.

Nesta 8ª reportagem da série “GABARITEI: Edição Enem 2023” – que traz, ao longo das próximas semanas, dicas para um melhor rendimento dos candidatos no exame aplicado a partir de 5 de novembro em todo o país -, o Jornal Midiamax vai ajudar os candidatos para que esta etapa da prova seja menos desafiadora.

Para auxiliar nesse desafio, a reportagem contou com a ajuda do professor de Português, Marcio Sobrinho, que já antecipa que para se dar bem na prova a chave é investir na capacidade de leitura e interpretação de textos.

Segundo ele, a dica é focar em três tópicos cruciais: funções, figuras e níveis de linguagem. Esses elementos são fundamentais para a compreensão da língua portuguesa e desempenham um papel significativo na leitura e interpretação de textos e produção de redações.

“A preocupação do Enem sempre é verificar a capacidade leitora e interpretativa dos estudantes. Como é uma prova que serve como processo de ingresso para o ensino superior, é importante estar atento à leitura e interpretação”, destaca o professor.

O que é linguagem?

Antes de tudo, é preciso entender o que é linguagem, que nada mais é do que a capacidade do ser humano em se comunicar com o mundo que o rodeia.

“No começo da civilização, a capacidade de se comunicar era algo rudimentar. Com o desenvolvimento das tecnologias, houve um avanço dessa capacidade comunicativa”, explica.

Circuito da comunicação

Para que a comunicação seja efetiva, é preciso que o processo comunicativo integre alguns elementos-chave; são eles:

Emissor: quem produz a mensagem. Ex.: professor de gramática. (Função Emotiva ou Expressiva)

Destinatário: a quem se destina o texto, ou seja, quem ele quer atingir. Ex.: alunos desta sala. (Função Conativa ou Apelativa)

Mensagem: conjunto de informações que pretende enviar ao destinatário. Ex.: todo conteúdo passado pelo professor. (Função Poética ou Conotativa)

Referente: a ideia central da mensagem transmitida. Ex.: Funções da linguagem. (Função Referencial, Informativa ou Denotativa)

Canal: meio que conduz a mensagem do emissor ao destinatário. Ex.: ar (Função Fática)

Código: conjunto de símbolos, conhecidos pelo emissor e pelo destinatário, empregados para construir a mensagem. Ex.: Língua Portuguesa. (Função Metalinguística)

Função da linguagem

Toda mensagem precisa ser centrada em um dos elementos que compõem o circuito de comunicação, como emissor ou destinatário; é aí que entram as funções da linguagem.

Função Emotiva ou Expressiva: o texto objetiva externar as emoções do emissor. A subjetividade é a marca dessa produção.

  • Ex.: textos líricos – “Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer”, Camões.

Função Conativa ou Apelativa: o texto objetiva influenciar o destinatário em sua forma de agir, de pensar. (imperativos e vocativos)

  • Ex.: textos publicitários e propagandas

Função Poética ou Conotativa: o texto se assemelha a uma obra de arte. Trata-se da arte de bem compor a mensagem.

  • Ex: “Não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor a quem a campa foi outro berço.” (Machado de Assis)

Função Referencial, Informativa ou Denotativa: desenvolver o referente de forma objetiva, sem influência direta do emissor. Os textos científicos e técnicos são exemplos básicos dessa função. A dissertação de um vestibular é outro exemplo.

  • Ex: “Existem algumas diferenças entre a dissertação e o texto dissertativo-argumentativo. É importante estarmos atentos ao que diferencia um tipo ou gênero textual de outros, pois essas diferenças são determinantes para que os textos cumpram com seus objetivos ao circularem na sociedade.”

Função Fática: objetiva testar o canal comunicativo para verificar se a mensagem pode ser transmitida para o destinatário.

  • Ex.: Alô!

Função Metalinguística: o código representando o próprio código.

  • Ex.: dicionário.

Figuras de linguagem

Tirinha Mafalda
Tirinha Mafalda (Divulgação)

Metáfora: Estabelece uma comparação implícita entre dois termos, atribuindo características de reciprocidade, mesmo que eles sejam diferentes em sua essência.

  • Exemplo: “Seus olhos são estrelas brilhantes.”

Metonímia: Substitui um termo por outro com o qual ele mantém uma relação de proximidade ou associação.

  • Exemplo: “As mãos do médico estavam ocupadas.”

Antítese: Contrapõe ideias opostas em uma mesma frase ou contexto para criar um efeito de contraste.

  • Exemplo: “O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente.”

Anáfora: Consiste na repetição de palavras ou expressões no início de frases, ou versos para enfatizar uma ideia.

  • Exemplo: “Amor, amor, amor… isso é o que todos precisamos.”

Paralelismo: Repete a estrutura sintática de uma frase ou verso em outra para dar ritmo e ênfase à mensagem.

  • Exemplo: “Nadar é bom, correr é bom, saltar é bom.”

Ironia: Expressa um significado oposto ao que as palavras aparentemente sugerem, muitas vezes com a intenção de criticar ou ridicularizar.

  • Exemplo: “Que belo dia para um piquenique!” (em um dia chuvoso).

Hipérbole: Exagera uma ideia de forma intencional para enfatizar algo, criando um efeito de exagero.

  • Exemplo: “Estou morrendo de fome!”

Eufemismo: Suaviza uma expressão ou ideia desagradável, substituindo-a por uma mais agradável ou politicamente correta.

  • Exemplo: “Ele nos deixou” em vez de “Ele morreu.”

Onomatopeia: Uso de palavras que imitam sons naturais ou ruídos para criar uma sensação de realismo.

  • Exemplo: “O vento uivava pela noite.”

Catacrese: consiste no uso de uma palavra em um contexto em que não existe um termo específico, muitas vezes usando uma analogia.

  • Exemplo: “O pé da mesa.”

Níveis de linguagem

Quando se monta um texto, existem diferentes maneiras de escrita e de abordagem de um assunto, o que é chamado de nível de linguagem:

Norma culta/padrão: respeita a gramática normativa e é utilizado, por exemplo, na redação de leis.

  • Exemplo: “Nós precisamos conversar.”

Linguagem coloquial/informal/popular: caracteriza-se pela flexibilidade em relação às normas gramaticais.

  • Exemplo: “A gente precisa conversar.”

Linguagem técnica: Utilizada por profissionais, como médicos, professores e engenheiros, empregando uma linguagem mais científica.

Linguagem regional/regionalismo: caracterizada pelas peculiaridades linguísticas de diferentes regiões, como o linguajar caipira.

  • Exemplo: “Trem” – pode se referir a qualquer coisa, sendo sinônimo de “coisa,” e é usado como um substantivo no vocabulário da região sudeste, em Minas Gerais.

Gírias: Surgem em ambientes informais e são criadas por determinados grupos sociais, sendo frequentemente utilizadas por jovens.

Exemplos:

  • “Crush” – referindo-se ao antigo “paquera.”
  • “Dar PT” – quando alguém exagera na bebida e fica mal “no rolê” (passeio com os amigos).

Linguagem vulgar: Esse tipo de linguagem ignora completamente as regras gramaticais, incluindo a concordância nominal e verbal.

  • Exemplo: “A gente vamo.”

#GABARITEI: EDIÇÃO ENEM 2023 – O Jornal Midiamax traz, na contagem regressiva para o Enem 2023, um guia de sobrevivência para que candidatos ao principal vestibular do país se deem bem nas matérias e temas prováveis de cair na prova. São 13 produções, assinadas pelos núcleos de Jornalismo do Cotidiano e de Jornalismo Multimídia da Central de Jornalismo do Midiamax, que vão orientar candidatos a terem o melhor rendimento nesta final. Confira toda a série clicando AQUI.

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