Ex-comitê de Marquinhos vira criadouro de dengue em bairro chique e vizinhos reclamam
Ex-prefeito alegou que contrato está em nome dele, porém, deputado é quem renovou a locação por mais seis meses.
Graziela Rezende –
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Alugado para fins de escritório jurídico e político, um sobrado localizado no bairro Carandá Bosque, área nobre de Campo Grande, é cenário de sujeira e reprodução de mosquitos de dengue, robustecendo o atual cenário de epidemia por esta doença. Na rua, uma empresária de 41 anos disse ter sido infectada, além do marido e da filha, levando a discussão com demais moradores e então apontaram o imóvel, com mato alto e uma piscina com lodo e água parada acumulada, como possível criadouro.
“Nós temos um grupo da rua e começamos a falar da dengue, quando identificamos este sobrado. Lá fora estava um mato alto, enorme, daí nós conseguimos falar com o proprietário e ele disse que, como estava locado, não podia entrar no local, porém, ele fez uma limpeza externa. Mas é bem complicado, uma família inteira pegou dengue”, lamentou a moradora.
Mato alto, caramujo e mosquito da dengue
Conforme a empresária, após retornar do hospital, onde esteve internada por quatro dias, uma pessoa falou pra ela subir o muro e então ver a situação da piscina, quando ela viu a falta de cuidado. “Agora a casa fica desocupada. A gente vê pouquíssimo ou nenhum movimento. Antes, estava com bastante mato, grama, caramujo, só que cortaram depois da gente reclamar e ainda falta a limpeza na parte interna, por conta do mosquito”, argumentou.
Ao saber que o contrato estava em nome do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), a empresária buscou o telefone dele e entrou em contato. “Primeiro falou que não estava mais com ele desde as eleições e depois disse que iria verificar a situação, só que não falou nada e nem lamentou o fato de eu ter sido infectada pela dengue. Moro aqui há bastante tempo já e ali antes era um sindicato, só que não tinha problema algum”, comentou a empresária ao Jornal Midiamax.
A reportagem entrou em contato com o proprietário do local. O homem de 53 anos, que não será identificado, disse que o imóvel está na imobiliária. “Existe sim um contrato e, de fato, os vizinhos reclamaram da sujeira, que estava mal cuidado e aí nós fizemos a limpeza. E os atuais inquilinos disseram que esta semana vão sanar o problema interno, entre segunda e terça-feira tudo estará sanado e resolvido”, alegou.
Contrato foi estendido até abril de 2023
Sobre a locação o ex-prefeito Marquinhos disse que a locação ocorreu no dia 13 de abril de 2022, por seis meses. “O contrato era de seis meses. Ali se tornou o meu escritório de atendimento, desde que eu saí da prefeitura, então, atendia as pessoas ali. Quando passaram seis meses, como eu não fui para o segundo turno, o contrato terminaria em outubro, só que o deputado eleito Pedro Pedrossian Neto foi até a casa do proprietário e disse ter interesse em ficar com o imóvel. Ele acabou locando e o contrato foi renovado, ainda em meu nome”, afirmou.
Desta forma, o contrato permanece vigente até abril de 2023. “Eu não estava sabendo desta situação. Não sei nem com quem está a chave, mas, agora vamos mandar limpar”, disse.
O Jornal Midiamax falou com o deputado Pedro Pedrossian Neto, neste sábado (8).
Ele disse que não possui responsabilidade alguma pelo imóvel.
“Não está em seu nome. Eu tenho um escritório em outro endereço, realmente houve esse contato com o proprietário da minha parte, mas, não não foi renovado. Tinha esta possibilidade, mas, eu desisti”, finalizou.
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