Dom Dimas pede mais centros para dependentes após briga de usuários e atropelamento de criança
Briga entre dependentes químicos assustou criança, que correu e foi atropelada por ônibus na Afonso Pena
Gabriel Neves, Gabriel Maymone –
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A briga de facão entre dois usuários de drogas em plena luz do dia e que terminou com um menino de 10 anos atropelado por um ônibus na tarde de quarta-feira (3), na Avenida Afonso Pena, trouxe novamente à luz o problema social causado pela presença de usuários no entorno da antiga rodoviária e do bairro Amambaí.
O menino estava com a família, que acabava de sair da novena da Igreja Perpétuo Socorro, depois de buscar doações de roupa. Imagens mostram que a criança se assustou quando os homens se aproximaram dele com um facão. Então, o menino saiu correndo e acabou atropelado por um ônibus. O estado e saúde do menino é considerado grave e ele continua entubado na Santa Casa.
Diante da situação, o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, defendeu a criação, por parte do Poder Público, de mais centros de recuperação de dependentes químicos.
“Nossa Paróquia mantém uma casa de recuperação, que faz um bem muito grande. Tem a Fazenda Esperança – também mantido pela Igreja Católica – que faz trabalho neste sentido. Sinto que no Brasil, a saúde mental ainda é um desafio”, avaliou.
Conforme o bispo, o acidente levantou o tema que é um problema social. “Temos muito poucos centros de atendimento ao dependente químico. O acidente fez com que todos redobremos a atenção no sentido de juntarmos força, porque dependência química é um problema social enorme”, pontuou.
Por fim, Dom Dimas acredita que são duas frentes de trabalho para combater o problema: “A principal tarefa é a prevenção. Quando alguém se torna dependente, vira doente e adoece a família inteira. Temos a repressão ao tráfico e, quanto ao usuário, temos que evitar que alguém se torne usuário e redobrar esforços no atendimento à recuperação”, concluiu.
‘Insegurança constante’
Há anos, a antiga rodoviária de Campo Grande se tornou uma espécie de “cracolândia”. Moradores do entorno da igreja, afirmam que há anos convivem com o aumento do fluxo de usuários de droga na região, reflexo da situação da antiga rodoviária. Eles pedem reforço no policiamento e atendimento aos moradores em situação de rua.
Moradores da região relatam ao Jornal Midiamax que convivem com a insegurança causada pela aglomeração dos usuários, principalmente em dias de maior movimento na igreja. Diante da situação, o santuário afirma que vai pedir reforço no policiamento.
Em nota, o Santuário Estadual afirma que entende a complexidade da realidade social e reforça a importância dos poderes executivo estadual e municipal desenvolverem políticas públicas de assistência social e de segurança mais eficazes, a fim de que essas pessoas em situação de vulnerabilidade social sejam reinseridas na sociedade.
Problema crônico e persistente
O Jornal Midiamax retratou em diversas reportagens, e até série especial, a situação dos usuários de droga que frequentam ou moram na região central de Campo Grande. Por várias vezes, a prefeitura ou polícia, tentou “expulsar” essas pessoas, o que sempre gera apenas um deslocamento provisório.
Há um ano, a prefeitura chegou a decretar o fim da ‘Cracolândia’ em Campo Grande, expulsando os usuários de drogas do entorno da rodoviária. Poucos dias depois, a ação se mostrou ineficiente, apressado e “político”, conforme especialista.
Entre as drogas usadas em baladas até o crack das ruas, o caminho por vezes é curto e rápido. Confira reportagem sobre o assunto.
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