Dois dias após muro desabar em temporal, famílias seguem com medo e sem respaldo

No Jardim Bonança, o alto volume de água da chuva levou o muro de duas casas e moradores estão com medo de roubos

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(Foto: Karina Campos/Midiamax)

Há mais de 48 horas, moradores do Jardim Bonança vivem com medo e aguardando um respaldo da prefeitura de Campo Grande. Durante o temporal de quarta-feira (4), o córrego da Avenida Lúdio Martins Coelho transbordou e levou o muro de duas residências.

Apesar de alagamentos serem comuns na região, moradores afirmam que nunca chegou na proporção dos estragos desta semana. A professora Alessandra Ilha de Souza, 43, mora há 16 anos na rua Litorânea e há dois dias não dorme com medo de ter a casa invadida.

Ela mora com a família e está de férias do trabalho. “Por sorte estou em casa, se não, minha casa ficaria totalmente exposta. Quem passa na avenida vê meu quintal inteiro e esses dias vi usuários de droga próximos daqui”, conta.

Muros de duas casas caíram com a chuva. (Foto: Karina Campos/Midiamax)

A moradora aguarda um retorno da prefeitura, que por telefone disse para ela buscar a Defesa Civil para interditar a casa. “É uma sensação de abandono e desespero, não estamos dormindo direito”, diz ela que ainda segue tentando limpar a casa e o quintal.

Irmão dela, Ricardo Rodrigues diz que a família não tem condições financeiras de reconstruir o muro agora e precisa de ajuda. Além dos problemas com o muro, a família perdeu colchões e teve até que levar para outra casa dois cachorros.

Na casa ao lado, Eduardo Moura, 26, é entregador e diz que está acostumado com a rua alagada, mas não ao ponto do córrego transbordar. “Foi muito rápido, fiquei impressionado pela rapidez em que a água encheu meu terreno. Tem criança e idoso na casa e a gente precisa de uma solução, nem que seja para a gente pagar”.

Ele conta que chegou a pesquisar e a reconstrução do muro custaria entre 8 e 10 mil reais. A água da chuva levou o muro dos fundos das residências e na frente, a rua Litorânea segue com buracos e asfalto descascando, além de água e lama.

Rua Litorânea (Foto: Karina Campos/Midiamax)

No Santa Emília, ruas seguem cheias de lama

Na rua Lamêgo, bairro Santa Emília, Andressa Dias de Souza mora há 5 anos e diz que viu a rua alagar nesta semana. Dois dias depois, uma grande poça e barro ainda prejudicam o ir e vir dos moradores.
“Ontem estava impossível de andar. Tenho duas crianças e por sorte estão de férias, se não seria um transtorno para sair”, conta.

Próximo dali, na Rua Internacional, uma merendeira de 37 anos precisou adaptar sua casa para evitar alagamentos. “Construí um muro e ainda assim a água quase invadiu, toda vez que chovia era esse constrangimento”.

Em nota, a Sisep informa que nesta sexta-feira está dando continuidade aos reparos dos impactos provocados pela chuva. Prossegue a limpeza das vias, bocas de lobo, tapa-buraco e início da manutenção das vias não asfaltadas. Com exceção dos reparos no passeio público em frente ao Lago do Amor, todos os serviços de zeladoria serão feitos pelas equipes da Prefeitura. 

Rua do Santa Emília (Foto: Karina Campos/Midiamax)

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