Em 2021 e 2022, Mato Grosso do Sul registrou 195 acidentes de trabalho graves envolvendo crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos. Conforme relatório do Observatório de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, no Estado foram identificados casos em que menores de idade foram expostos a material biológico, se acidentaram com animais peçonhentos, tiveram perda auditiva por ruído ou adquiriram transtornos mentais, dermatoses ou se intoxicaram em razão do trabalho a quem foram submetidos. 

O levantamento feito pelo órgão começou a ser feito em 2007. Na série histórica, até 2022, Mato Grosso do Sul teve 641 casos de crianças e adolescente que se acidentaram durante atividade de trabalho, 96 delas só em 2022. No mesmo período, o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) recebeu 881 notificações de trabalho infantil no Estado, 120 delas no ano passado. 

A Capital, Campo Grande, aparece na faixa vermelha do levantamento com maior número de casos. Ao todo, a série histórica aponta 251 notificações de acidentes de trabalho e 285 flagrantes de menores de idade trabalhando em situação irregular ao que prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

No mapa de Mato Grosso do Sul, apenas Iguatemi, Batayporã e Taquarussu e Angélica não registraram casos de trabalho infantil ilegal desde de 2007. 

“Os dados do Sinan mostram preocupante cenário em que grande parte das vítimas trabalhava na informalidade e em atividades definidas como piores formas de trabalho infantil. A Constituição da República, proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos, detalha o relatório.