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Cotidiano

De aquecedor a pedra quente: saiba como são os dias de frio para os animais do Aquário do Pantanal

Baixas temperaturas afetam animais do complexo e precisam de cuidados especiais
Lethycia Anjos -
Bioparque Pantanal. (Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A queda nas temperaturas e a chegada do inverno exige cuidados redobrados com a saúde. Para os animais não seria diferente. No Aquário do Pantanal, o Bioparque Pantanal, os cuidados vão desde ambiente aquecido a alimentação especial, tudo para garantir o bem-estar das mais de 350 espécies que habitam o complexo aquático.

Diretora do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri, explica que no período de frio são feitas diversas adaptações para garantir o bem-estar dos animais.

“O Bioparque segue um conceito onde a prioridade não é só a manutenção da vida, mas a saúde e bem-estar animal. Cada tanque tem uma condição própria, por isso as adaptações são pensadas conforme a especificidade de cada espécie”, destacou.

Nativo da amazônia, o Pirarucu é um dos peixes que necessita de maiores cuidados durante o frio. A espécie possui dois aparelhos respiratórios: as brânquias, para a respiração aquática, e a bexiga natatória modificada, para respiração aérea. Por isso, ele costuma subir até a superfície para respirar.

“O Pirarucu sai para respirar por isso têm toda uma estrutura para ele não pegar friagem e morrer de pneumonia. Temos uma estufa que deixa o ambiente mais aquecido, assim na hora que ele sobe não têm contraste de temperatura”, explicou.

(Foto: Divulgação/Bioparque do Pantanal)

Bióloga-chefe do aquário, Carla Kovalski, ressalta que as baixas temperaturas deixam os animais mais suscetíveis ao aparecimento de doenças, por isso os cuidados devem ser redobrados.

“Aqui no Bioparque nós contamos com espaços que chamamos de cambeamentos. Utilizamos esses locais quando é necessário realizar algum tipo de manejo nos animais, como o que estamos fazendo nesse período em razão do frio”, explica.

Conforme a administração do Bioparque, ainda na época da composição dos tanques, toda a estruturação considerou a sensibilidade das espécies. Assim, todos os peixes que estão nos tanques externos, são espécies que toleram temperaturas mais baixas e que não irão apresentar nenhum tipo de problema.

Ambiente aquecido e alimentação especial

Bioparque
Foto: Divulgação/Eduardo Coutinho

Em relação à temperatura da água, Maria Fernanda Balestieri explica que cada tanque possui um termostato, ajustado conforme a necessidade dos animais.

As Trutas, naturais da Europa, possuem um tipo de água diferente dos demais animais. Acostumadas com temperaturas mais baixas, o tanque delas é ajustado em 18 graus.

Os peixes amazônicos são espécies mais exigentes em relação à temperatura da água, por isso os tanques são dotados de sistema de aquecimento que mantém a água entre 27 e 29 graus mesmo nos dias mais frios.

“A proposta é aproximar o ambiente artificial do ambiente natural o máximo possível. Essas espécies que estão em água mais geladas, elas passam por esse enfrentamento no habitat natural delas também”, ressalta a bióloga Carla Kovalski.

No caso dos jabutis, quando as temperaturas caem eles são encaminhados para espaços equipados com papelão adequado, água, alimentação, sistema de aquecimento e controlador de temperatura e umidade.

“Nessa época de frio os Jabutis são levados para essa área com aquecedor. Esses animais vieram após sobreviverem as queimadas no Pantanal, então eles não serão reintroduzidos na natureza e temos que adaptar o melhor ambiente para eles”, explicou.

O cardápio especial para os dias frios inclui alimentos cozidos que irão ajudar os animais na manutenção da temperatura corporal.

Estrela do Bioparque, sucuri Gaby recebeu até pedra quente

sucuri bioparque pantanal
Gaby em seu tanque, Banhado Sucuri, no Bioparque Pantanal – (Foto: Bruno Rezende)

A mais procurada pelos visitantes, a famosa sucuri Gaby Amarantos, recebeu até pedra quente para melhora seu habitat durante os dias mais frios.

“No aquário da Gaby têm a parte seca e a parte molhada, cambiamento, temperatura adequada da água e até uma pedra aquecida de 1 metro para que ela possa se sentir o mais próximo à natureza”, detalhou Maria Fernanda Balestieri.

Segundo a bióloga Carla Kovalski diferente dos mamíferos, as cobras costumam sentir mais calor. Por isso, é importante proporcionar um ambiente aquecido para não ter uma troca de calor muito grande.

“Essa pedra faz com que todo o local fique um microambiente com uma temperatura adequada que vai interferir na temperatura da água também”, explica a especialista.

Carla Kovalski ressalta que muitas vezes a temperatura da água do aquário está mais aquecida do que o próprio ar, assim, a sucuri acaba escolhendo permanecer dentro da água.

“O animal tem a opção de escolha, de ficar na água ou no ambiente, o local mais confortável para ele. Promovemos um ambiente com opções de escolha” disse.

Laboratório vivo

Maior aquário de água doce do mundo, o Bioparque abriga mais 40 mil animais de 359 diferentes espécies. Para a diretora Maria Fernanda Balestieri, o complexo é muito além de um espaço para apreciação das espécies, é um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento e preservação das espécies.

“Cada ambiente, cada aquário gera um produto cientifico. É um conceito moderno que não se resume só ao lazer. É um laboratório vivo onde são criadas soluções sustentáveis e ecológicas”, destaca.

Desde a inauguração em 2022, o Bioparque registrou mais de 200 reproduções de 40 espécieis diferentes. Algumas até de animais ameaçados de extinção como o Cascudo-angélicos. Maria Fernanda ressalta que isso só foi possível devido ao empenho de toda equipe do complexo.

“A reprodução só acontece quando segue três critérios, paramentos adequados de água, bem-estar e nutrição, sem nutrição não têm energia, sem bem-estar ele não se reproduz e sem água ele nem sobrevive”, afirma Maria Fernanda Balestieri.

Bioparque
Foto: Divulgação/Eduardo Coutinho

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