Costureira tenta empilhar tijolos após muro cair durante temporal em Campo Grande
Trabalhadora contou com ajuda de vizinhos porque não tem condições de reconstruir o muro
Karina Campos, Clayton Neves –
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Luciana Pereira Machado, de 43 anos, quase não dormiu de preocupação ao deixar o quintal da casa aberto. Na manhã desta quinta-feira (9), com a ajuda de vizinhos, ela realocava cada tijolo quebrado na tentativa de reduzir os danos após o muro cair durante o temporal, no bairro Los Angeles, em Campo Grande.
A trabalhadora precisou de ajuda dos vizinhos, limpando e retirando o muro do chão. Uma medida barata será a instalação de fios para segurar o muro. “É perigoso deixar [o quintal] aberto. Não tenho condições de pagar um pedreiro e materiais”, disse.
Os moradores relatam que o alagamento é um problema crônico no bairro de, pelo menos, há 15 anos. Toda chuva forte, a enxurrada assola todas as ruas, principalmente aquelas próximas de vias sem asfalto. Esse cenário é evidenciado pelo entulho que desce com a água, com pedras e lixo.
O vizinho reforça que o risco de acidentes era previsto, já que indica problemas de drenagem na região. “Quebrou parte do meu muro e a tampa da fossa estourou”. Ele diz que a enxurrada desce da Rua Afonso Pena e outra lateral e gera prejuízos na Rua Antônio Prado.
Apesar do calorão de ontem, a chuva causou lama e espalhou pedregulhos pelos trechos. Sem os desvios para a água, alguns moradores arremessam lixo, inclusive, com um sofá no meio de umas das ruas citadas.
O temporal também causou prejuízo na construção de um supermercado próximo da casa de Luciana. O vento levou placas de sinalização do futuro empreendimento. Gilmar Alves Bezerra, também morador no trecho, não estava em casa no momento da chuva, mas foi avisado de que a moradia estava com danos. “É triste. Benfeitora não chega aqui, só a maquiagem. A água derruba tudo se construir e a enxurrada vir de novo. O maior mal aqui é a enxurrada”.
Próximo dali, a Rua Dom Fernandes Sardinha também indica o prejuízo das últimas chuvas, há entulho, pedras, erosões e até o matagal indica a força da água. Luciana finaliza dizendo que tentou realizar o processo de ressarcimento pelo município, mas desistiu pela burocracia. Enquanto isso, faz um apelo para a solidariedade.
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