Com reforma ‘travada’, Morenão fica de fora do estadual, mas tem chance de receber rodada nacional
Obra teve investimento de R$ 9,4 milhões e segue sem prazo para ser concluída
Ranziel Oliveira –
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Templo do futebol em Mato Grosso do Sul, o Estádio Universitário Pedro Pedrossian – mais conhecido como Morenão – comemorou quatro décadas de atividade em 2021 e, de presente, teve sua revitalização anunciada. Mas é justamente essa recauchutada que fará com que o estádio amargue um ano sem sua mais célebre função: sediar os jogos do Campeonato Sul-mato-grossense de Futebol.
Isso porque empecilhos na licitação atrasaram a obra, que contará com investimento de R$ 9,4 milhões disponibilizados pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e execução da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) – que atua como instituição de apoio à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
O Morenão é o maior estádio de Mato Grosso do Sul, ocupando a 18ª posição em relação aos estádios brasileiros. Com eventos que vão desde jogos da seleção brasileira de futebol à avistamento coletivos de ovni, o estádio fez e faz história.
A inauguração aconteceu em 1971, com um jogo entre Flamengo e Corinthians. O estádio já recebeu muitos outros grandes times e atletas como a futebolista Marta, seis vezes eleita a melhor do mundo pela Fifa.
É triste, portanto, que o futebol de Mato Grosso do Sul adentre mais um ano sem pisar no seu templo oficial. Tanto é que coube ao “vizinho” Jacques da Luz, nas Moreninhas, a responsabilidade de sediar as partidas em 2023.
Estágios da revitalização
Acionada pela reportagem, a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) pontuou que a estimativa é de que a primeira parte da obra, que já está em andamento e contempla a reforma de banheiros para o público e vestiários, esteja mais de 80% concluída, segundo informações da UFMS e Fapec, responsável pela execução. O valor aproximado desta fase da obra é de R$ 3 milhões.
No que diz respeito ao restante do projeto de reforma, haveria necessidade de adequação e aprovação do termo de referência para dar início ao processo licitatório. Consolidado isso até o final de fevereiro e, posteriormente, com todo o trâmite de licitação concluído, a estimativa de conclusão da reforma do Estádio Universitário Pedro Pedrossian (Morenão) seria de até quatro meses, recebendo público total.
Liberado a tempo para campeonatos nacionais?
Há, portanto, uma chance do Morenão ser palco de futebol ainda neste ano. Ainda segundo a Fundesporte, com a primeira parte da obra finalizada, há condição do estádio receber alguns jogos do calendário nacional, como a Copa Verde e Série D do Campeonato Brasileiro em 2023, alinhando esse interesse junto às entidades competentes.
O Governo do Estado, por meio da Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) e Fundesporte, acompanha de perto o andamento das obras e mantém contato frequente, quase que diário, com Fapec, FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) e reitoria da UFMS, com a finalidade de obter esclarecimentos e dar celeridade à execução do projeto de reforma, aguardando que se conclua o mais rápido possível.
O que dizem a UFMS e Fapec
O Jornal Midiamax formalizou questionamentos à Fapec, o primeiro deles sobre o prazo para conclusão da obra e liberação para jogos com público.
Para a reportagem, a fundação informou que não há uma previsão exata. Mesmo com as atuais medidas adotadas pela Fundação para dar celeridade às demandas, é preferível falar sobre datas a partir da aprovação dos projetos de adequação por parte da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
A solicitação foi seguida pelas seguintes perguntas:
- O que já foi concluído no estádio?
R: Os projetos e 50% da fase 2, que se refere aos banheiros e vestiários.
- O que falta para a obra ser entregue?
R: Na fase 1 faltam as obras previstas no PSCIP (Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico) e parte da infraestrutura do estádio.
- Qual é o prazo para o término da reforma?
R: Estima-se que a fase 2 seja concluída em até dois meses. Já a fase 1 tem como tempo estimado o período de 10 meses após a aprovação dos projetos por parte da Agesul, concluiu a Fapec.
Pouco apoio da Federação de Futebol de MS
O Jornal Midiamax questionou a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) sobre alguns pontos da atual situação.
O primeiro, sobre o que a federação estava fazendo para resolver o impasse da falta de um estádio com mais estrutura para a temporada 2023, tendo em vista que o campeonato Estadual já começou – com Operário Futebol Clube e Esporte Clube Comercial como mandantes dos jogos em Campo Grande – e as disputas nacionais do Operário Futebol Clube se aproximando, com a necessidade de um estádio com refletores para os jogos noturnos.
Em seguida, também foi perguntado sobre como a atual gestão pretende apoiar, ou se haverá algum suporte financeiro ao Operário Futebol Clube, clube que representará o Estado do Mato Grosso do Sul na Copa Verde, Copa do Brasil e Série D do Campeonato Brasileiro em 2023.
No mesmo comunicado, a Federação também foi indagada sobre os acontecimentos do último ‘Comerário’, onde muitos torcedores reclamaram da falta de organização dentro do bar, e suas filas que demoravam cerca de 20 minutos. Além dos poucos banheiros químicos oferecidos.
Em nota, a atual gestão da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul se limitou a dizer que:
“Quanto ao que a FFMS está fazendo para resolver o impasse de onde o Operário irá mandar seus jogos, temos a esclarecer que essa decisão de onde será mandado seus jogos na condição de mandante é única e exclusiva do Operário F.C ou de qualquer outro clube mandante em suas partidas, ficando a FFMS ‘fora’ dessa decisão.
Quanto aos ‘problemas’ do clássico. Vamos checar o que houve e conversamos com os clubes envolvidos para os ajustes necessários!”
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