Aparecimento de pragas como baratas, formigas e escorpiões tende a aumentar nessa época do ano em , o que gera transtornos e faz com que a população recorra a empresas especializadas em dedetização ou ao uso de venenos domésticos para conter o problema.

Responsável técnico e proprietário da Ativa dedetizadora, Júnior Augusto de Almeida, 36 anos, destaca que, para evitar infestações, o ideal é que ambientes domésticos sejam dedetizados a cada três meses. Apesar de essencial para o bem-estar, ele ressalta que menos de 30% da população de Campo Grande realiza a dedetização periódica dos ambientes.

“Em uma casa ou apartamento a recomendação é a cada três ou seis meses, no máximo, anualmente, mas normalmente a pessoa só faz quando encontra um escorpião ou quando tá infestado de baratas. Já trabalhei em quatro empresas e menos de 30% da população faz a dedetização no tempo certo”, disse.

Já em ambientes profissionais como restaurantes, mercados e açougues a determina a dedetização mensal ou trimestral.

Em relação aos tipos de venenos, Junior Augusto esclarece que não existe um veneno universal, mas um mesmo composto químico pode ser eficaz para diversos tipos de pragas.

“Cada veneno mata em média de 10 a 15 tipos de pragas o que inclui aracnídeos e insetos. Um que usamos bastante é o Tenopa, ele mata 41 pragas diferentes, mas não existe um específico para cada tipo de praga. Todos que usamos são de venda restrita para empresas”, explicou.

Dedetização
Foto: Divulgação/Ativa Dedetizadora

Uso de venenos domésticos

Muito comum no combate de formigas e baratas, Junior destaca que o uso de venenos domésticos como o spray, não apresentam riscos à saúde desde que sejam usados por pessoas adultas e de forma correta. Contudo, não possuem um bom custo benefício.

“Esses venenos de mercado que podem ser comprado por qualquer pessoa têm 0,1% de concentração de veneno e isso é baixíssimo, se passar em cima do inseto mata, inclusive escorpião, o problema é que esses venenos não têm residual como os profissionais, uma dedetização com veneno de uso restrito fica 90 dias no ambiente e quando o inseto passa ainda contamina e mata em 15 minutos”, disse Junior Augusto.

O especialista em dedetização afirma que, apesar da praticidade, os venenos domésticos não substituem uma dedetização profissional.

“Se for comparar o tanto que as pessoas gastam todo mês com esses venenos, uma dedetização de uma casa de 60 a 90 metros quadrados custa entre R$ 180,00 a R$ 350,00 e, além disso, dura no mínimo 90 dias”.

Para quem não tem condições de pagar por uma dedetização profissional, Júnior orienta investir em venenos domésticos, mas esclarece que todo uso deve ser feito com cautela.

Escorpião lidera procura por atendimentos

Entre os meses de setembro a maio, época de verão, é onde há maior incidência de pragas em Campo Grande, o clima quente e úmido favorece a reprodução de animais peçonhentos que oferecem riscos à saúde humana. Junior destaca que nessa época a maior procura é para o controle de escorpiões.

“Quando aparece escorpião a pessoa já desespera, ligam bastante em qualquer horário, fim de semana, se aparece a pessoa nem consegue dormir aí dependendo da região nós atendemos até às 22h e fazemos a dedetização, se voltar aparecer em 90 dias nós realizamos o serviço novamente”, explicou.

Dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde) apontam que em 2022, registrou 3.205 ataques de escorpiões, somente em Campo Grande foram 1.101 casos registrados. Cerca de 98% dos acidentes envolvendo escorpiões em Mato Grosso do Sul são da espécie Tityus confluens, que têm a picada dolorosa, mas geralmente não levam a maiores complicações e nem sequelas graves, como a morte.

Para evitar novos casos, o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) recomenda manter os terrenos limpos, retirar entulhos, deixar o ambiente sempre limpo, livre de insetos e ratos e evitar o acúmulo do lixo doméstico e material de construção.

O que fazer se encontrar um escorpião em casa

Em caso de picada de escorpião ou qualquer outro animal peçonhento, a pessoa deve higienizar o local com água e sabão e procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível para receber o atendimento adequado.

Caso o morador encontre algum desses animais na residência, a recomendação é fazer o recolhimento dele, colocando-o em um recipiente fechado, mas evitando o contato, e levá-lo ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), onde será feita análise da espécie, principalmente em caso de acidente.

O proprietário da residência deve solicitar uma inspeção em sua residência, diretamente no CCZ, em Campo Grande, ou pelo telefone, pelo 3313-5026 (horário comercial) ou no 3313-5000.

Também é possível procurar atendimento pelo Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) nos números 0800 722 6001, (67) 3386-8655 ou 150. O centro faz parte da Superintendência Estadual de Vigilância em Saúde da SES e atua com orientações, informações e sugestões de conduta em casos de envenenamentos em humanos e animais.