Aguardando um posicionamento da direção da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal)), após fechar o Frigorífico Beta, em Campo Grande, funcionários temem um novo atraso salarial e do décimo terceiro, além da possível demissão em massa. O grupo protesta em frente à sede do órgão público.
Funcionário desde o início das atividades do estabelecimento, há cerca de um ano, Luis Antônio Cavalero diz que o frigorífico é novo e não teria condições financeiras para investir nas readequações exigidas pela fiscalização, após a “batida” na última quinta-feira (23).
“Lacraram o curral, o setor de abate… Eles [Iagro] fizeram uma petição de não conformidade com as regras sanitárias, disseram que tem ferrugem na parte do curral, besouro na parede e folha no pátio, lá fica ao lado de uma reserva”, disse.
Ele continua relatando que há cerca de 200 funcionários atuando na empresa. “Todos são pais e mães de família com medo de fechar, de ficar desempregado e ficar no fim de ano procurando emprego. Com a empresa parada não tem recurso”.

Outra funcionária de 36 anos, que preferiu não se identificar, diz que vive uma situação complicada em casa, pois o marido está afastado do trabalho após passar por uma cirurgia, assim, ela tem a única renda da família.
“Todos foram pegos de surpresa, chegaram e lacraram. Temos família e precisamos da empresa aberta para ter nossa renda. Eu sou o pilar da casa e ficar sem trabalhar nesse momento vai ‘quebrar minhas pernas’. Queremos que tenham misericórdia dos funcionários”, desabafa.
Vilson Gregório, presidente Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Carne e Derivados de Campo Grande, informou que se reuniu com a direção da Iagro e aguarda a chegada de representantes do frigorífico.
“A empresa relata que não tem condições, mas eles [Iagro e frigorífico] devem entender que o 13º está aí, como fica fim de ano para o trabalhador? Só vamos sair daqui depois que a empresa resolver a situação, que garantir que o salário e 13º estejam na conta no dia previsto”, finaliza.