O Hospital de Amor de Campo Grande, instituto filantrópico destinado à prevenção de câncer de mama e de colo de útero, tenta negociar com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) um aumento no valor do repasse para continuar com os atendimentos gratuitos à população via SUS (Serviço Único de Saúde). Conforme o hospital informou ao Jornal Midiamax, o déficit de R$ 540 mil pode resultar no fechamento de mais atendimentos e comprometer o trabalho da unidade.

Braço do Hospital do Câncer de Barretos, o Hospital de Amor é uma unidade de saúde fixa especializada na prevenção e rastreio de câncer de mama e colo de útero, os tumores que mais afetam a população feminina no Brasil e no mundo. Dessa forma, unidade oferece exames de mamografia e Papanicolau de forma gratuita às mulheres com o objetivo de detectar a doença de forma precoce e, então, direcionar para atendimentos em unidades específicas caso haja diagnóstico positivo, como o Hospital do Câncer de Campo Grande.

Conforme a gestora administrativa do Hospital de Amor, Flávia Carvalho, o custo do trabalho no local é equivalente a R$ 600 mil por mês. O convênio com a Sesau já existe há seis anos e o repasse é de R$ 60 mil mensal.

“O valor se manteve até hoje, mas não está conseguindo custear todos os atendimentos. O que está mantendo a gente é a filantropia. Então, a gente precisa também de doações”, explica.

Negociação com prefeitura

Tendo em vista um déficit de R$ 540 mil, o Hospital de Amor recentemente precisou desligar 13 colaboradores. Além disso, o exame de Papanicolau – o principal para diagnosticar HPV, que resulta no câncer de colo de útero – também está suspenso temporariamente desde outubro do ano passado como uma forma de equilibrar as contas.

Assim, a gestão do Hospital e a nova gestão da Sesau, por meio da secretária-adjunta Rosana Leite e sua equipe técnica, se reuniram na última quarta-feira (1º) para continuar com as tratativas da negociação e, então, aumentar o valor do repasse municipal.

Após a reunião, a Sesau ficou de levar a proposta para o secretário municipal de saúde, Sandro Benites, e a prefeita, Adriane Lopes, para então a prefeitura dar um retorno.

O que diz a Sesau

Em nota, o município informa que mantém as tratativas com o hospital com objetivo de avaliar a possibilidade de reajuste contratual, bem como a ampliação dos serviços contratualizados.

“Na quarta-feira (01), inclusive, a equipe da Sesau esteve no hospital discutindo tais pontos. Cabe esclarecer que não há nenhuma pendência financeira por parte do Município com o hospital e, como mencionado, as negociações estão em andamento para que seja mantido a integralidade dos atendimentos à população”, diz.

Hospital precisa de ajuda

Além do convênio com a prefeitura de Campo Grande, o Hospital de Amor também possui parceria com a MS CAP e depende da filantropia para manter todos os atendimentos. Porém, ela lamenta a redução de doações desde a pandemia por parte de empresas e pessoas físicas.

“A gente espera não fechar e torço para ser apenas uma fase porque as doações também caíram muito desde a pandemia”.

Para ajudar o Hospital de Amor, basta entrar neste link para fazer a doação ou enviar o qualquer valor pelo Pix.

Doação Hospital de Amor
(Foto: Hospital de Amor/Divulgação)