‘Cascalho a gente não aceita’: com pé na lama, moradores protestam por asfalto no Mooca

Moradores fizeram paredão humano para pedir atenção da prefeitura

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Moradores cobram asfalto. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Os moradores do Jardim da Mooca, em Campo Grande, formaram uma espécie de “paredão humano” na rua Maria Conti, em protesto às condições precárias das ruas do bairro, nesta segunda-feira (20). Os moradores exigem asfalto.

Lama e enormes poças com água suja se espalham pelo Jardim da Mooca, o que força motoristas e pedestres a andar pelo mato e se esgueirar pela calçada das casas. 

Segurando cartazes dentro de uma enorme poça, os moradores do bairro inaugurado há cerca de quatro anos reclamam que o valor médio do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) é de R$ 1,5 mil, o que eles alegam não ser refletido na infraestrutura do bairro, já que andam no barro e na lama. 

O protesto é uma forma encontrada por quem vive na região para chamar a atenção da Prefeitura. Os moradores até tentam, por conta própria, jogar entulho em alguns trechos para deixar mais sólido o terreno, porém sem sucesso.

Moradores sujam o pé em meio a lama. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

“As ruas estão todas precárias, uma pior que a outra. Já faz muito tempo que estamos tolerando essa situação revoltante. A gente quer asfalto, o patrulhamento não vai resolver. Cascalhamento a gente não aceita”, afirma Ari Brites, morador do bairro. 

De acordo com o presidente do Jardim Mooca, Gonzaga Zaim de Oliveira, no bairro moram cerca de 250 famílias e já foram enviados ofícios para a Prefeitura e a Câmara Municipal cobrando asfalto. 

“Aqui tem muitas crianças porque têm colégio perto. No bairro inteiro ninguém dá assistência. A última vez que teve manutenção foi há três anos”, afirma Gonzaga. 

Moradores precisam passar pelo mato. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Lindaiane Barrios é moradora do bairro há três anos na Rua Juraci Elizeu da Silva e reclama que os pedestres precisam passar pelo mato para conseguir transitar nas ruas. 

A mulher estava acompanhada do filho de três anos de idade que calçava uma galocha, sapato que se tornou indispensável no Jardim da Mooca. 

“Ele [o filho] tem pelo menos outras duas galochas, ele não tira do pé. A minha casa vive embarreada [sic] porque os carros passam e esguicham barro no muro”, aponta a mulher. 

Pedestres e motociclistas sofrem com as enormes poças de água. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Além dos moradores, os comerciantes também sofrem com a lama. O revendedor de gás Luis Carlos Louveira conta que precisa da moto para fazer entregas, porém ela vive na oficina mecânica. 

“É manutenção na moto toda semana, a gente atola praticamente todo dia. A gente paga imposto absurdo, eu pago alvará e essa situação é revoltante, estamos abandonados”, ele lamenta. 

Entulho usado por moradores para amenizar lama. (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

O que diz a Prefeitura?

O Midiamax entrou em contato com a Prefeitura para perguntar se há previsão de asfalto no bairro. Confira abaixo a resposta:

A Prefeitura de Campo Grande tem trabalhado ininterruptamente para atender às demandas por manutenção das vias públicas que se intensificaram neste período de constantes chuvas. Toda e qualquer reclamação sobre pontos de alagamento, buracos no pavimento, necessidade de encascalhamento e patrolamento, que chegam através dos canais de comunicação da prefeitura FALA CG 156 (App, telefone, presencial), provoca o envio de equipes da Sisep para avaliação do problema e a consequente calendarização para o reparo ou manutenção da via em questão.

Esse cronograma para atendimento das demandas é determinado por critérios técnicos e logísticos que orientam a prioridade e emergência de cada caso. No entanto, todos serão atendidos no mais curto prazo possível, sempre observando o cronograma e os critérios técnicos mencionados. Tão logo o tempo melhore, os serviços de manutenção serão intensificados em todas as regiões da Capital. 

*Matéria editada às 10h40 para acréscimo da resposta da Prefeitura

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