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Cotidiano

Campo-grandense sem ar-condicionado recorre a ventilador e sombra para fugir do calorão

Mato Grosso do Sul lidera ranking de estado mais quente do país pelo terceiro dia consecutivo
Thalya Godoy, Clayton Neves - Publicado em
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Hidratação é fundamental para enfrentar calorão. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

A onda de calor que castiga Mato Grosso do Sul leva os campo-grandenses às compras para maneiras de amenizar as altas temperaturas. Quem não tem dinheiro para desembolsar um ar-condicionado tem recorrido, geralmente, ao velho conhecido ventilador. Enquanto o aparelho de ar-condicionado não sai por menos de R$ 1 mil, os ventiladores têm preços entre R$ 25 e R$ 180 na região central.

Mato Grosso do Sul lidera ranking de estado mais quente do país pelo terceiro dia consecutivo. Porto Murtinho, a 438 km de Campo Grande, marcou 43°C nas últimas 24 horas, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

No Camelódromo (Centro Comercial Popular Marcelo Barbosa da Fonseca), em Campo Grande, as opções para quem está com um orçamento mais apertado são variadas e incluem umidificador de ar, ventilador, copos e garrafas térmicas. 

Quem é fã de tereré pode encontrar garrafas térmicas. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Além disso, também é possível encontrar roupas mais leves para o verão e biquínis para quem quer curtir uma piscina ou balneário em Mato Grosso do Sul. 

A campo-grandense Irene Gomes Garcia é firme na declaração: odeia calor e ama os dias de chuva. Ela conta que bebe muita água, suco de limão e recorre a uma boa sombra quando o dia está quente. 

“É rezar e pedir misericórdia a Deus porque o calor de Campo Grande tá demais. Pobre não tem ar-condicionado e tem que aguentar na sombra porque as coisas estão muito caras, não tem jeito”, opina. 

Venda de ventiladores dispara

O item campeão de vendas entre as bancas do camelódromo é o ventilador. O aumento da demanda foi tão alto nos dias de calor que alguns comerciantes precisaram subir o preço devido à alta demanda. 

Everson Junior conta que a procura pelos ventiladores influenciou na oferta dos fornecedores. Com menos produtos para a venda, o aparelho que custava em média R$ 140 ficou quase R$ 40 mais caro e agora é vendido por R$ 179. 

“Estava difícil comprar porque ninguém tinha para vender. Eu ando de moto e, realmente, está calor demais. A gente se queima nesse sol”, afirma. 

No Camelódromo há vários tamanhos de ventiladores. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Na banca dele há aparelhos pequenos individuais. O ventilador de mesa, por exemplo, custa R$ 35, mas negociando pode chegar a R$ 25. 

Entre uma venda e outra é comum que os clientes reclamem do tempo seco. A queixa também é frequente na banca do vendedor Victor Gottardo. Na época de calorão, ele percebeu que as vendas dos ventiladores cresceram 80%.  

Na banca há aparelhos a partir de R$ 130, no caso dos menores, e de R$ 160 dos maiores. Como segunda opção também há copos térmicos a R$ 30 e garrafas térmicas a partir de R$ 160 para quem é fã de tereré. 

“O tereré é cultural do sul-mato-grossense e também alivia o calor. Os produtos são uma opção para quem não tem ar-condicionado”, afirma o vendedor. 

Biquínis também têm boa “saída”

Vendedora de biquínis sonha em conhecer a praia. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Na banca de Daiane Chagas são vendidos biquínis que ela nunca teve a oportunidade de usar em uma praia. O sonho da vendedora é conhecer o mar, mas por enquanto a viagem é adiada devido à falta de dinheiro. 

“O povo está todo doido para ir para praia, piscina, balneário. A saída de praia e biquínis têm procura e as vendas têm sido boas, graças a Deus. Eu também estou doida para ir, mas não tenho dinheiro. Um dia vou conhecer a praia”, ela torce. 

Os biquínis na banca custam a partir de R$ 45 e os modelos de mais sucesso são os sem bojo e peças de crochê, que tem melhor ventilação. 

“Quem não tem ar-condicionado tem que ficar no ventilador tadinho que só sai ar quente. Ou então compra um biquíni aqui para se refrescar”, ela oferece. 

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