Campo Grande não tem suspeitas de variante Kraken da covid, mas vê chegada como inevitável

Secretaria de Saúde da Capital voltou a recomendar cuidados contra a doença

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Teste de Covid (Midiamax, Arquivo)

Após confirmação da nova variante da covid-19 no Brasil, a Kraken, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) descartou que existam casos suspeitos em Campo Grande. No entanto, considerando o comportamento do vírus nos últimos dois anos, a secretaria avalia como inevitável a chegada da nova cepa à Capital.

Campo Grande vive atualmente ‘explosão’ de casos de Covid com aumentos de até 1.800% nas confirmações e, em contrapartida, a vacinação contra a doença segue estagnada, atingindo baixa cobertura nas doses de reforço nos últimos meses.

Versão mais transmissível da covid-19, a variante XBB.1.5, conhecida como Kraken, foi identificada nesta quinta-feira (5) em uma mulher de 54 anos, que mora no interior de São Paulo, estado que faz divisa com Mato Grosso do Sul por Três Lagoas e Bataguassu.

“A gente acredita que não vai dar para se evitar [a chegada da nova variante a Campo Grande]”, afirma o infectologista da Sesau, Rodrigo Nascimento Coelho. No entanto, o médico aponta declínio na gravidade da doença, tendência já observada mundialmente. 

“O vírus tem a característica de se modificar para infectar o hospedeiro, que é o homem. Quanto mais ele se adapta, mais diminuem a gravidade dos sintomas”, explica. 

Perdendo força

Diferente do início da pandemia, quando a doença comprometia as vias aéreas inferiores e resultava em um agravamento severo dos pulmões, agora, os sintomas identificados geralmente atingem as vias aéreas superiores, limitando-se a sintomas de resfriados, centralizados no nariz e garganta.

“Parece que a cobertura vacinal tem a ver com isso. Quanto mais eficaz a cobertura, menor a chance de hospitalização e de gravidade”, completa.

Vacina é aliada na redução de casos graves. (Foto: Midiamax/Arquivo)

Fogem à nova realidade apenas pessoas idosas e com comorbidades, que ainda desenvolvem quadros mais graves da doença. “Para essas pessoas sempre fica a necessidade de usar máscara, evitar aglomerações e o transporte, por exemplo. É um cuidado individual”, detalha o infectologista. 

Uma nova realidade

Para o infectologista Rodrigo Coelho, a covid-19 instalou uma nova realidade para o setor de saúde e para a população mundial. Novos tempos dos quais dificilmente nos livraremos.

“Existe uma linha de pensamento de que esse vírus tenha se adaptado tando ao seu hospedeiro homem, que talvez fique para sempre assim como outros vírus respiratórios”, finaliza. 

Variante Kraken

No Brasil, o primeiro caso da variante XBB.1.5 da covid-19, conhecida como Kraken, foi identificado ontem (5) em uma mulher de 54 anos que mora no interior de São Paulo. Um dia antes, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que a cepa predominante nos Estados Unidos é a versão mais transmissível da doença e apresentou resistência ao imunizante usado no controle do novo coronavírus.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande reafirmou a que “até o momento não foi isolada nenhuma amostra identificada com esta variante em Campo Grande”, ainda assim, manteve “as recomendações para as demais variantes, como a recomendação do uso de máscaras para pacientes com sintomas respiratórios, pessoas idosas ou que tenham a saúde debilitada de alguma forma – pelo uso de imunossupressores, por exemplo -, etiqueta respiratória, e higiene das mãos constante, além do uso de álcool”.

Na avaliação do Município, o aumento de 33% na procura por testes e, consequentemente, dos resultados positivos, é consequência das festas do período de Natal e Ano Novo. “Reflexo da sazonalidade da doença, que nesta época do ano há um crescimento no número de casos, em decorrência das comemorações de final de ano”, finaliza nota.

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Marinete Pinheiro
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