Assembleia indígena em MS é marcada por visita de ministra e denúncias de violência
Do encontro sairá um documento sobre a realidade das comunidades indígenas sul-mato-grossenses
Marcos Morandi –
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O encontro indígena de Mato Grosso do Sul, conhecido como Assembleia Aty Guassu, que contou com a participação da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do secretário-executivo Eloy Terena, terminou nesse domingo (26). Além da presença das autoridades, o evento foi marcado por denúncias de violência.
Desde o dia 21 de novembro, centenas de lideranças e indigenistas participaram do encontro realizado na retomada Kunumi, onde em 2016, Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza foi morto durante confronto com fazendeiros.
Da assembleia, que foi acompanhada pela Reportagem do Jornal Midiamax na sexta-feira, sairá um documento sobre a realidade das comunidades indígenas sul-mato-grossenses.
O caso é chamado de ‘Massacre de Caarapó’ pelo MPF (Ministério Público Federal). No dia do crime, mais seis indígenas ficaram gravemente feridos, entre eles um adolescente de 12 anos.
A morte de Clodiodi foi lembrada durante a cerimônia. A viúva do indígena morto no conflito destacou que seguirá lutando pelas terras. “Vou ficar aqui lutando até o fim, pela nossa terra. Quero punição para quem matou meu marido”.
Danças e cobranças
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, foi recebida com danças e cobranças por mais demarcações na segunda visita a Mato Grosso do Sul em menos de 15 dias. A chefe da pasta participa da Grande Assembleia Aty Guasu nesta sexta-feira (24) em Caarapó.
Uma das lideranças Aty Guassu apresentou extensa lista com terras para serem demarcadas no Estado. “Está tudo muito lento em relação às demarcações. Sabemos que tem fuzil e balas de borracha esperando a gente”, reforçou.
“Nós mulheres indígenas que lutamos, que choramos por nossos filhos e pelos nossos maridos, muitas vezes em silêncio. Nós sentimos as dores de todos eles e não podemos ter vergonha disso”, disse uma líder da Aty Guassu que preferiu não ser identificada.
Ataques a jornalistas
O jornalista canadense Renaud Philippe, 39 anos, e sua esposa, a antropóloga brasileira Ana Carolina Mira Porto, 38 anos, estão, há dois anos, preparando um documentário sobre a luta kaiowá e guarani pela demarcação das terras e sobre a realidade de acampamentos, territórios e retomadas.
Após participarem da assembleia promovida pela Aty Guasu, decidiram deixar o evento indígena e ir até uma aldeia de Iguatemi, onde pretendiam filmar após terem ouvido relatos de que dois indígenas haviam desaparecido.
Posteriormente, os dois indígenas foram encontrados, mas, por questão de segurança, seus nomes não foram divulgados. Em nota, a Apib informou que eles estavam feridos e que a suspeita é de que teriam sido sequestrados por fazendeiros da região, tendo em vista que se trata de uma área de conflito.
Durante o deslocamento para a aldeia, para averiguar o caso, o casal de documentaristas estava acompanhado por um morador da comunidade, identificado como Joel, e pelo engenheiro florestal Renato Farac Galata, 41 anos, que conheceram na assembleia indígena.
Processos fraudulentos
Durante depoimento na Assembleia Aty Guassu, o engenheiro florestal relatou os momentos de tensão que passou ao lado do casal de jornalistas e fez denúncias contra a atuação da polícia de Mato Grosso do Sul.
“Mato Grosso do Sul sempre foi um dos estados mais violentos contra a população indígena. Esse ano temos um acirramento dessa luta do campo onde 19 pessoas estão sofrendo processo criminal”, diz Farac.
Ainda segundo ele, foram 10 prisões na Retomada Ivú Verá em Dourados, três na Laranjeiras, uma em Naviraí e mais cinco pedidos de prisão na retomada Avaeté, também em Dourados. “São processos completamente fraudulentos, onde as testemunhas são os próprios pistoleiros”, denuncia o engenheiro.
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