Após ataque de abelhas em Três Lagoas terminar com idoso de 70 anos picado mais de 500 vezes, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul listou recomendações para se prevenir dos ataques, que crescem consideravelmente entre a primavera e o verão, resultado da inquietação dos animais com o calor. 

A primeira recomendação sempre é manter distância de locais onde foram notadas colmeias ou enxames. “Seja em um enxame, com abelhas migratórias (em deslocamento), ou em uma colmeia (abrigo construído em um local fixo), a primeira dica de segurança é se afastar do local e acionar o Corpo de Bombeiros. Nós fazemos a vistoria e o extermínio do inseto. Em muitos casos, apicultores são chamados para realizar a retiradas das abelhas e levá-las para um local apropriado na natureza”, explica o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Antonio Cezar Pereira.

No entanto, diante de um ataque, a recomendação é clara. “Fugir, correr e se afastar o mais rápido possível do local da colmeia porque esse tipo de inseto quer proteger a colmeia que, para eles, está sob ataque. Algumas pessoas acham que devem agachar, mas isso não é recomendado”, ressaltou.

Informar moradores ao redor sobre o risco deve ser observado e estar alerta sobre o alto grau de sensibilidade dos insetos. “As abelhas são sensíveis a barulho e também a odores fortes. Então, além de acionar o Corpo de Bombeiros e isolar o local, é preciso ficar atento a esses detalhes. Não fazer barulho, não exalar essências ou cheios fortes. As abelhas podem ficar agressivas nestes casos”, explicou.

“Também é importante retirar animas de estimação do local, já que as abelhas também podem atacar os pets”, lembrou o coronel.

Com as plantas florindo na primavera, as abelhas começam de forma intensa a colheita do néctar e do pólen. Neste período do ano, entre a primavera e o verão, se concentra a temporada de reprodução das abelhas, que se reproduzem e buscam local para fazer a colmeia e se instalar. 

Esse processo é chamado de enxameação, quando a rainha, acompanhada de abelhas operárias, deixam um lugar à procura de um novo local. “Neste caso, elas param em qualquer lugar. Então é preciso estar atento e não se apavorar”.

Se mesmo com todas as estratégias de segurança houver algum incidente, é importante observar as reações alérgicas. Para o coordenador estadual de Vigilância em Saúde Ambiental e do Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), Karyston Adriel Machado, nos casos de vítimas hipersensíveis ao veneno do inseto – que já tem conhecimento desta condição alérgica -, ou que após uma única picada sinta falta de ar, o atendimento médico deve ser urgente.

Para uma criança, cinco picadas podem ser mais preocupantes e talvez seja importante levar até a uma unidade de saúde para acompanhar a evolução do veneno na corrente sanguínea. Já para um adulto, pode ser que estas mesmo cinco picadas não sejam um grande problema, com exceção da dor

“Para a picada de abelha não existe antídoto e a ida até um hospital precisa ser avaliada, frisando que me refiro aos não alérgicos. É necessário avaliar a quantidade de ferroadas, se é adulto ou criança e ficar atento aos sintomas. Também é importante procurar a unidade de saúde quando ficam muitos ferrões da abelha na pele, porque eles devem ser retirados de forma correta.  Se houver uma grande quantidade de picadas, início de falta de ar ou muita dor, é de extrema importância procurar atendimento médico para que a vítima seja monitorada evitando reações alérgicas mais críticas ou sintomas mais graves”, finalizou Karyston.

Ataque em Três Lagoas

Na manhã de terça-feira (7), José Severino da Silva, de 70 anos, foi atacado enquanto limpava um terreno próximo a uma praça no Bairro Santa Luzia, em Três Lagoas. Ele tentou correr e deitar no chão, mas foi alcançado pelos animais.

Apesar de levar mais de 500 picadas e ter de ficar internado, ele passa bem.