Após ‘enquadro’ na delegacia, acumulador que jogava montanha de lixo na rua se compromete a parar
Suspeito usou Constituição para tentar justificar
Clayton Neves, Graziela Rezende –
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Nesta semana teve mais um episódio da novela envolvendo o ‘acumulador do Jardim TV Morena’, que ficou conhecido em Campo Grande após descartar montanhas de lixo em plena rua movimentada da cidade. Intimado a prestar depoimento à Polícia Civil, o morador de 53 anos se comprometeu a parar de sujar a região do bairro onde mora.
Em depoimento prestado à Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), o suspeito usou a Constituição para tentar justificar as atitudes que tiraram o sossego da vizinhança. Segundo ele, bloquear ruas e calçadas com lixo configurava-se como “direito de manifestação”.
Ao delegado responsável pelo caso, o morador disse que teve área desapropriada em 2005 e que o valor do terreno não foi totalmente ressarcido, por isso, se sentiu “injustiçado” e “humilhado” pelo Poder Público. Como resposta à situação, encontrou no descarte de lixo um meio para protestar.
Orientado sobre o crime ambiental, se comprometeu a não sujar mais a área. O caso segue em tramitação na Polícia Civil.
Agetran realizou ‘operação limpeza’ no imóvel
No último dia 10 de março, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) realizou ‘operação de limpeza’ no imóvel, devido ao acúmulo de lixo e plantas, principalmente na calçada. Na ocasião, o morador não estava na residência.
Para o serviço foi utilizada retroescavadeira e um caminhão cheio de entulhos e plantas foi retirado do local. O trânsito chegou a ficar interditado para limpeza. A calçada estava intransitável, com tambores, equipamentos velhos e enferrujados, vidros, cadeiras e uma infinidade de objetos.
Apenas seis dias depois, a Prefeitura teve de voltar ao lugar pelo mesmo motivo e nova limpeza foi feita. A situação se repetiu por três vezes por conta da reincidência do homem em sujar o local.
Andando nu
Também em março o suspeito foi filmado andando sem roupas na sacada de vidro. Vizinhos acionaram a Polícia Militar e o Conselho Tutelar ao verem crianças no imóvel enquanto ele corria pela sacada.
Conforme consta no boletim de ocorrência, quando os policiais chegaram ao local encontraram metade da rua interditada com galhos, vidros, pedras e entulho. Em seguida, uma mulher apareceu no primeiro piso do imóvel com quatro meninas, dizendo que “estava tudo bem e não estava havendo nada de agressão contra as suas filhas (sic)”.
A mulher entrou na casa e não saiu para atender os policiais. Em seguida, foi acionada a conselheira tutelar, que se comprometeu a realizar uma visita técnica no imóvel devido ao local estar com condições de insalubridade. A visita foi agendada.
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