Moradores relatam medo e igreja quer mais segurança após briga de usuários e criança atropelada
Criança de 10 anos foi atropelada por ônibus ao se assustar com usuários de droga brigando com facão na Afonso Pena
Priscilla Peres, Danielle Errobidarte, Fábio Oruê –
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Uma briga entre usuários de droga resultou em um acidente grave com uma criança de 10 anos. O caso aconteceu na tarde da quarta-feira (03) nos arredores da Igreja Perpétuo Socorro e expõem um problema crítico da região. Há anos, a antiga rodoviária de Campo Grande se tornou uma espécie de “cracolândia”.
Moradores da região relatam ao Jornal Midiamax, que convivem com a insegurança causada pela aglomeração dos usuários, principalmente em dias de maior movimento na igreja. Diante da situação, o santuário afirma que vai pedir reforço no policiamento.
Em nota, o Santuário Estadual afirma que entende a complexidade da realidade social e reforça a importância dos poderes executivo estadual e municipal desenvolverem políticas públicas de assistência social e de segurança mais eficazes, a fim de que essas pessoas em situação de vulnerabilidade social sejam reinseridas na sociedade.
Reafirma ainda, que desenvolve ações que buscam essa reinserção, como a Comunidade Terapêutica Redentorista- Chácara Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que atende dependentes de drogas e álcool. “Apesar de nossos esforços, a realidade da sociedade requer atenção das autoridades”.
Moradores relatam insegurança constante
Moradores do entorno da igreja, afirmam que há anos convivem com o aumento do fluxo de usuários de droga na região, reflexo da situação da antiga rodoviária. Eles pedem reforço no policiamento e atendimento aos moradores em situação de rua.
Uma mulher de 48 anos que não quis se identificar, disse que principalmente nas quarta-feira, o trânsito é caótico e falta policiamento. São dias que aparecem muitos moradores de rua e usuários de droga.
“A gente precisa da Agetran aqui para organizar o trânsito, por que atualmente são esses rapazes que cuidam dos carros. Eles acabam brigando por dinheiro e gerando insegurança também para o pessoal que frequenta a igreja”, conta uma moradora.
Moradores e comerciantes relatam brigas constantes na região, além de aglomeração dos usuários.
Polícia recomenda não dar dinheiro a usuários de drogas
O tenente coronel Anderson Avelar, comandante do 1º BPM (Batalhão de Polícia Militar), responsável pelo Centro da Capital, explica que a orientação é que a população evite passar próximos a usuários em situações de risco, mesmo sendo praticamente impossível, já que as pessoas estão por todo o centro da cidade.
“A PM tenta sempre minimizar o risco, mas o usuário por si só não pode ser conduzido para a delegacia ou preso, sem estar cometendo nenhum crime. Eles se aglomeram em pontos específicos, mas a orientação é que as pessoas tentem passar longe, do outro lado da via, e se virem algo suspeito acionem imediatamente o 190”, afirma o tenente.
Ainda segundo o comandante, a briga entre os dois usuários teria começado pela disputa de cuidadores de carros ao redor da igreja. Em relação às doações, ‘cobradas’ por eles, o tenente-coronel afirma que a orientação é de, caso o motorista se sinta ameaçado, seja acionada a PM.
“A gente recomenda que não dê dinheiro, até porque a rua é pública e não deles. Às vezes as pessoas dão de bom coração, não tem problema, mas caso exista alguma ameaça ou eles comecem a causar transtornos, aí sim a polícia pode agir. Quando há vítimas nós vamos ao local e resolvemos o problema, mas não temos como tirá-los dali, já que eles têm o direito de ir e vir”, explica.
Os dois usuários que aparecem no vídeo já foram identificados e a PM segue fazendo buscas para localizar os dois.
Problema crônico e persistente
O Jornal Midiamax retratou em diversas reportagens a situação dos usuários de droga que frequentam ou moram na região central de Campo Grande. Por várias vezes, a prefeitura ou polícia, tentou “expulsar” essas pessoas, o que sempre gera apenas um deslocamento provisório.
Há um ano, a prefeitura chegou a decretar o fim da ‘Cracolândia’ em Campo Grande, expulsando os usuários de drogas do entorno da rodoviária. Poucos dias depois, a ação se mostrou ineficiente, apressado e “político”, conforme especialista.
Entre as drogas usadas em baladas até o crack das ruas, o caminho por vezes é curto e rápido. Confira reportagem sobre o assunto.
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