O amor pelo artesanato uniu famílias, que percorrem várias feiras em Campo Grande, inclusive a Feira Mixturô, na Praça do Rádio, na região central de Campo Grande. Seja por quem passa pelas barracas, olhando com interesse para os lados, ou por quem está atrás do balcão vendendo um produto, a arte de produzir objetos manualmente encanta pela beleza, cores e até como um tipo de “terapia” para ocupar a mente. 

Na casa de Dinah Jussara e do filho Márcio Ramos nasceu o “Madi Pintura Orgânica”. O título é a junção das primeiras sílabas dos nomes dos artesãos que complementam diferentes artesanatos para criar a microempresa. 

Enquanto Márcio faz a pintura em cerâmicas, porta incenso e xícaras, a mãe se dedica a tecelagem dos macramês, que servem de suporte dos vasos, por exemplo.

Paixão por artesanato reúne famílias na Mixturô. (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

“A minha produção eu comecei em novembro do ano passado em MDF, só que eu vi que o suporte de superfície não era muito boa e daí comecei a fazer em cerâmica. Eu compro a cerâmica e faço a pintura, que daí é pintura orgânica, com formas geométricas, flores, folhas e daí eu to fazendo isso”, afirma Márcio. 

Esta edição da Mixturô, pela primeira vez na Praça do Rádio, deve reunir 350 empreendedores. Muitos deles percorrem feiras em vários bairros para divulgar o produto e complementar a renda. 

Esse é o caso da servidora pública Luciana Rodrigues, que vende sabonetes artesanais de argila, ervas, aromáticas, perfumes para o corpo, aromatizadores e água de lençol. 

Artesanato é segunda fonte de renda para várias famílias. (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

Há um ano e meio ela participa de feiras ao lado do marido, que a apoia no trabalho que é feito manualmente em casa. 

“Os meus trabalhos são artesanais, eu não vendo em larga escala, é só nas feiras. O meu marido me ajuda na montagem, na embalagem aqui e em casa para eu poder produzir, ele faz as outras atividades”, conta. 

A artesã Leila Lopes também percorre outras feiras para divulgação dos produtos, como a Feira do Bosque da Paz e a da Praça do Peixe. Para a feira Mixturô, neste domingo, ela chegou às 06h30 para montar a barraca. 

Há oito anos ela se dedica à arte do amigurumi depois que se aposentou, criando capivaras e polvos, por exemplo. 

Além disso, Leila também confecciona bonecas de pano e costura criativa, uma técnica que leva bastantes detalhes e é usada para trabalhos mais complexos, como bolsas e roupas. A média de preços dos produtos varia de R$ 50 a R$ 60.

Leila se dedicou ao artesanato depois da aposentadoria. (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

“A gente [os artesãos] está com uma boa expectativa, todos os feirantes estamos animados para o dia de hoje”, ela conta sobre a primeira edição da Mixturô na Praça do Rádio.

A expectativa da organização do evento é que esta edição na região central atraia mais pessoas pela melhor localização. Da última vez em que foi realizada, a feira faturou R$ 430 mil.

“Nós acreditamos que vamos atrair mais público por ser uma praça mais central e porque a gente pode voltar com a feira para o dia. Quando era na Chácara Cachoeira era muito quente. A gente precisava fazer a feira à noite, mas domingo à noite as pessoas querem descansar. Para voltar a fazer a feira de dia, precisa ser em uma praça arborizada, central, que cabem os 350 expositores”, conta uma das organizadoras Karina Zamboni.

Anteriormente, a feira era realizada na Chácara Cachoeira no primeiro domingo do mês. Desta vez, o evento foi transferido para o quarto domingo, data próxima ao dia 20, quando é depositado o vale dos trabalhadores. 

“A importância da feira é a geração de renda para empreendedores, artesãos, pessoal da moda autoral, gastronomia”, ela exalta.

Feira Mixturô é feita na Praça do Rádio. (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)