Ambulantes e usuários da Praça Ary Coelho acusam subgestor de excessos e querem abaixo-assinado

Servidor rebate denúncias e diz que prefeita está satisfeita com gestão

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Praça Ary Coelho, no Centro de Campo Grande. (Foto: Nathalia Alcântara / Midiamax)

Vendedores ambulantes e até usuários da Praça Ary Coelho planejam abaixo-assinado cobrando providências da Prefeitura de Campo Grande sobre Jocemar Gutierres Marques Alves, servidor que se apresenta como subgestor do espaço. Entre as reclamações, denúncias de perseguição, grosserias e até assédio moral contra trabalhadores do Proinc (Programa de Inclusão Profissional).

“Ele é terrível, implica e quer mandar em todo mundo. Se alguém bate de frente, ele diz que está do lado da prefeita”, comenta a ambulante Elza da Silva, de 62 anos, que há mais de 20 anos trabalha na praça. 

Recentemente, Elza conta que presenciou cena de assédio moral contra trabalhadora que faz a limpeza do local. O episódio foi confirmado por outras testemunhas ouvidas pelo jornal. “Estava chovendo e ele fez ela limpar o chafariz debaixo de chuva. Ele é terrível e já passou de todos os limites”, detalha a vendedora. 

Há meses, pia quebrada e sem torneira não é consertada na Praça. (Foto: Clayton Neves)

Por receio de indisposição ou represália, outro ambulante ouvido pela reportagem aceitou falar apenas sob condição de anonimato. Segundo uma das testemunhas, recentemente, até o uso de uma vassoura da administração virou motivo de desentendimento com o subgestor.

“Parece que ele quer derrubar e tirar todo mundo aqui de dentro dessa praça. Estamos pensando em fazer o abaixo-assinado para voltar a trabalhar em paz porque ele persegue todo mundo. Outro dia xingou a dona Elza de uns nomes pesados aqui”, acrescentou frequentador.

Idosos que frequentam o espaço também afirmam já terem testemunhado os excessos do servidor no trato com os trabalhadores. “Ele implica com qualquer coisa e põe o nome da prefeita no meio, diz que ela foi quem colocou ele aqui”, relatou usuário da praça.

Aval da Prefeita

A reportagem do Jornal Midiamax conversou com Jocemar, que negou qualquer episódio de grosseria e classificou a movimentação dos trabalhadores como “picuinhas”. Ele garante que tanto a prefeita Adriane Lopes quanto o marido, o deputado estadual Lídio Lopes, estão satisfeitos com o serviço desempenhado na praça. 

“Um pessoal não gostou da minha gestão porque eu sou rígido. Aqui não é a casa da mãe Joana, onde todo mundo está acostumado a chegar e fazer o que quer. Muita picuinha para pouca coisa tentar me tirar daqui, chamar reportagem e fazer abaixo-assinado. Eu já conversei com a prefeita e com o marido dela, o deputado Lídio Lopes, e estão satisfeitos com meu trabalho”, afirmou.

Vaso interditado evidencia falta de manutenção na Praça. (Foto: Clayton Neves)

Jocemar ainda criticou a administração do gestor titular, Elvis Targino. “Ele deu regalia para muita gente e quando entrei comecei a mostrar serviço”, alega. 

Sobre o relacionamento com os ambulantes, afirma que tem problema pontual apenas com dona Elza. “Ela queria colocar um filho dela aqui na praça e não conseguiu, por isso, quem entra ela acha que tem que derrubar. Estou incomodando porque vim para trabalhar, não para brincar”, finalizou. 

No portal da transparência, Jocemar aparece com o cargo de gestor de processo ligado à Secretaria Municipal de Governo. A contratação é de 1º de março, com remuneração de R$ 2.029,91. O portal não detalha remunerações adicionais do servidor. 

Até o ano passado, ele ocupava a função de assessor governamental do gabinete da Prefeitura, com remuneração de R$ 5.091,20. 

Manutenção que deixa a desejar

Enquanto subgestor e ambulantes mantêm relação de conflito, a manutenção da Praça Ary Coelho deixa a desejar. Na manhã desta segunda-feira (24), reportagem constatou mato alto em canteiro e verificou que permanecem problemas antigos, como pia do banheiro masculino quebrada e vaso sanitário desativado.

Mato alto em um dos canteiros da praça. (Foto: Nathalia Alcântara / Jornal Midiamax)

O Jornal Midiamax questionou a Prefeitura de Campo Grande sobre a situação e não teve retorno até o fechamento dessa reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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