Alguém teve Covid na empresa ou em casa? Saiba como agir com minissurtos em Campo Grande
O tempo seco e as baixas temperaturas favorecem o cenário de doenças respiratórias, acendendo alerta para a Covid-19. Saiba o que fazer nesses casos na Capital
Nathália Rabelo –
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A combinação entre o ar seco e a chegada de temperaturas mais baixas, especialmente com o início do inverno em junho, tem gerado minissurtos de doenças respiratórias em Campo Grande. Por isso, profissionais da saúde ressaltam a importância de cuidar da saúde nesses períodos considerados de risco, especialmente para prevenir infecções por Covid-19 em casa e no trabalho.
O pneumologista Ronaldo Perches pontua o quanto o ar seco e frio diminui as defesas das vias aéreas, provocando inflamação e aumentando as complicações por infecções mais graves. O cenário é típico dos meses entre maio e julho, quando as temperaturas amenas e a falta de umidade do ar estão mais intensas.
“Os vírus mais fortalecidos devido aos últimos anos de distanciamento social. Esses vírus diminuem a imunidade de crianças e idosos e pode ocorrer pneumonias bacterianas oportunistas que veem nessa queda de resistência, a oportunidade para infecções graves”, explica o médico pneumologista.
Positivo para Covid? Saiba o que fazer no trabalho
Desde o início da pandemia, profissionais de saúde reforçaram as orientações quanto às medidas de biossegurança para evita o vírus, especialmente nos ambientes de trabalho ou em casa, onde há grande interação entre as pessoas.
Conforme as orientações do Ministério do Trabalho e da Previdência, é considerado caso confirmado o trabalhador que possui resultado de exame laboratorial, confirmando a infecção por Covid-19 ou que apresente síndrome gripal ou SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
Além disso, caso algum funcionário tenha tido contato com alguém positivado é considerado contatante e, portanto, também é preciso seguir as recomendações de isolamento. Nestes casos, a orientação é que a empresa afaste imediatamente o colaborador das atividades presenciais por 14 dias.
Já em casos suspeitos, o trabalhador pode retornar às atividades assim que tiver um exame laboratorial descartando a infecção por Covid-19 ou quando estiver assintomático por mais de 72h.
Em suma, quem trabalha presencialmente precisa ser afastado mediante apresentação de atestado médico e resultado de exame laboratorial comprovando a infecção. Em contrapartida, quem trabalha em home office só precisa apresentar atestado médico caso os sintomas prejudiquem o seu desempenho ou impeçam o exercício do trabalho de alguma forma.
Os protocolos também orientam que os demais colaboradores sejam notificados sobre os casos suspeitos e /ou confirmados de coronavírus. A transparência de informações é importante para que cada funcionário avalie seu risco, fique atento ao aparecimento de sintomas, façam o teste, usem máscara e se isolem de amigos e familiares, por exemplo.
Quanto à vacinação, a empresa pode estabelecer regras e diretrizes internas que determinem advertências, suspensões e até mesmo demissões para casos de pessoas sem o cronograma vacinal completo.
Positivo em casa
A OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta que todas as pessoas com Covid-19 que não precisam de internação hospitalar devem ficar em isolamento em suas próprias casas. Portanto, se alguém que da família positivar, o ideal é que ela fique em um espaço diferente dos outros habitantes da casa durante 10 ou 14 dias.
Assim, a porta do quarto onde a pessoa está infectada dorme deve ser mantida fechada, enquanto as janelas abertas. Além disso, é necessário deixar o ar circular em todos os cômodos. A higiene das superfícies e a utilização de máscaras são medidas indispensáveis para manter a segurança de todos
Ao Jornal Midiamax, a médica infectologista Mariana Croda também ressalta a importância das medidas individuais. “Cada um vai ter que fazer suas medidas individuais, como evitar aglomeração, realizar vacinação e estar em dia com o esquema de imunização”, completa a infectologista.
Vacinação é obrigatória no trabalho?
Ainda não há uma lei que regulamente a obrigatoriedade da vacinação no país, entretanto, a empresa pode estabelecer regras e diretrizes internas que determinem advertências, suspensões e até mesmo demissões.
Mais de 3,4 mil pessoas internadas com doenças respiratórias
Em Mato Grosso do Sul, 3.420 pessoas foram internadas com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2023. Destas, 28 não resistiram aos sintomas e morreram, segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde).
Crianças de zero a nove anos e idosos com mais de 70 anos são as principais vítimas das SRAG, que podem ser agravadas pela influenza ou outros vírus como sincicial respiratório. Este último afeta principalmente crianças de zero a dois anos e pode levar à morte.
A pneumonia é uma doença inflamatória aguda que acomete os pulmões e pode ser provocada por bactérias, vírus, fungos ou pela inalação de produtos tóxicos. A doença é um dos agravos que pode gerar internação de pacientes com SRAG.
Em Campo Grande, até o dia 20 de maio, foram 1.462 notificações de SRAG, sendo que em 87 casos foram identificados os vírus Influenza A ou B e em 168 o vírus da Covid-19. Do total de casos registrados, 496 são SRAG não especificadas, ou seja, não foi identificado o causador – seja vírus ou bactéria – da síndrome.
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