Três ruas ficam com mesmo nome e moradores de Campo Grande reclamam: ‘um transtorno’
Confusão na Vila Jacy deixa de entregadores a motoristas de aplicativo perdidos na Travessa Chuí e na Rua Guaíba
Ranziel Oliveira –
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A lei municipal nº 6.804 devolveu o nome à Rua São Marcos, no Bairro Jardim Jacy, que anteriormente havia sido substituída — por outro projeto de lei — para Idiran Santos Fernandes Mineiro, em Campo Grande. Na prática, a mudança inicial teria causado transtornos e não foi aprovada pela maioria dos moradores. A alteração também teria sido feita de forma errônea, alterando não só a São Marcos, mas também a Travessa Chuí e a Rua Guaíba, como mostrado nas placas das três ruas.
A locadora de brinquedos Juliana Parron, de 38 anos, é uma das pessoas que mora na Travessa Chuí e não entendeu o sentido da mudança. “Não tem lógica, três ruas ficaram com o mesmo nome. É muito confuso, o entregador vem pelo GPS [que] aponta Rua Chuí, mas no poste de energia a placa mostra que é Idiran. Fora que as três têm números parecidos”, disse ela.
Morando há 10 anos na rua, ela afirma que a mudança mais atrapalhou e por isso assinou a favor da retomada do nome original. “No abaixo assinado a gente pediu pra voltar o nome das ruas”, explicou.
“Aqui sempre teve o nome de Chuí e lá em cima, na outra rua, sempre foi São Marcos por conta da igreja que existe há mais de 30 anos. Isso foi por conta de ego. Esse morador que foi homenageado era uma pessoa comum, não era ninguém atuante na comunidade”, conclui, sem entender o real motivo da mudança.
Moradora da Rua São Marcos — que teve o nome original restabelecido, mas as placas no local ainda não foram alteradas — também discordou da mudança por conta do transtorno.
“Quando vieram pedir a primeira vez, tinha muito inquilino e empregados assinaram a favor da mudança. Mas a maioria dos proprietários não. As mercadorias e correspondências começaram a voltar e ninguém recebia, foi um transtorno. Por isso, os vizinhos se uniram para reverter a decisão”, disse a dona de casa Adelanir Dutra de Moraes, de 66 anos.
Morando há 38 anos na rua, ela também não entendeu o motivo da alteração. “Era São Marcos por conta da igreja, que é muita antiga. Quando eu mudei pra cá só tinha a casa da esquina. Eu não conhecia essa pessoa que foi homenageada”, disse ela.
Autor da lei
O autor da lei que devolve o nome original da rua é o vereador Valdir Gomes, que explicou o motivo da criação do projeto. “Eles não estavam nem recebendo correspondência, os moradores chegaram com um abaixo assinado com dois tantos do que tinham apresentado no primeiro projeto, de autoria da enfermeira Cida”, disse ela.
Em relação à Travessa Chuí e à Rua Guaíba, que também foram alteradas no local, e constam como Rua Idiran Santos Fernandes Mineiro, ele concluiu: “O projeto retorna o nome apenas onde era São Marcos. Dessas duas eu não sei, tem que ver na Prefeitura”.
O que diz a Prefeitura
O Jornal Midiamax questionou a PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande) sobre quando o nome da Rua São Marcos, da Travessa Chuí e da Rua Guaíba, voltariam aos nomes originais no local, onde as três diferentes ruas estão identificadas como Idiran Santos Fernandes Mineiro nas placas de sinalização.
“A Prefeitura, através da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), informa que foi revogada a denominação da Rua Idiran Santos Fernandes, por meio da lei nº 6.804 de 5 de abril de 2022, retornando à denominação de Rua São Marcos em toda a sua extensão. A Rua São Marcos tem início na Avenida Bandeirantes e término na Avenida Laudelino Barcelos, compreendendo os parcelamentos Vila Nova Bandeirantes e Jardim Jacy. Outrossim, informamos que a Travessa Chuí, localizada no parcelamento Clube Campestre Ypê e a Rua Guaíba que compreende os parcelamentos Vila Sobrinho e Parque dos Ypês, não sofreram alteração em suas denominações.”
A gestão afirma que a Travessa Chuí e a Rua Guaíba não sofrearam alteração, mas como constatado pela equipe do Jornal Midamax no local, as duas também receberam placas que as identificam como Idiran Santos Fernandes Mineiro. A Prefeitura não esclareceu se, portanto, houve apenas um erro na instalação de placas de identificação do local.
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