‘Toalhas polêmicas’ reaparecem para quem leva torcida eleitoral até ao banho em Campo Grande

Toalhas são vendidas por R$55,00 na rotatória da Avenida Três Barras

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Bolsonaro e Lula
Peças tem atraído eleitores fiéis e fãs de ‘moagem’ política (Foto: Leonardo de França / jornal Midiamax)

Olha, olha quem voltou. Sim, elas mesmas, as toalhas mais famosas do Brasil, fazendo polêmica por onde passam devido às estampas de pré-candidatos à presidência. O último bafafá foi em março, quando a cantora Pabllo Vittar levantou uma toalha com a imagem do pré-candidato à presidência pelo PT, Lula. A situação foi parar no STF, pacificada após a corte entender que não houve campanha antecipada, mas exaltação do ex-presidente.

Em Campo Grande, o Jornal Midiamax já havia avistado as toalhas em ocasiões especiais e até buscou saber como anda a procura após a aparição de uma delas no festival Lollapalooza. Para nossa surpresa, as vendas continuaram iguais a antes. Mas, com a proximidade das eleições e com os ânimos entre os pré-candidatos – e suas torcidas – cada vez mais acirrados, as toalhas voltam a ganhar espaço nos locais mais visíveis, como cruzamentos e de vias movimentadas da cidade.

E é justamente nos pontos de venda que ficam as histórias e bastidores relacionados aos itens que – pasme – custam R$ 55. Como na rotatório da Avenida Três Barras com a José Nogueira Vieira, a ironia dos opostos estarem lado a outra chama a atenção de quem passa, proporcionado situações inusitadas com clientes.

Para o vendedor ambulante Francisco dos Santos, de 36 anos, mais conhecido como ‘Paraíba’, o padrão dos compradores é quase sempre o mesmo. “Tem muita gente que dá a vida por política, que é fanático igual futebol, e levam a tolha. E muitos também compram para fazer uma ‘moagem’ com alguém’, explicou.

Entre clientes e curiosos, as situações inusitadas são recorrentes, seja para quem gosta de Lula. “Uma mulher veio de bicicleta e começou a virar todas as toalhas do Bolsonaro. Ela disse que não queria olhar pra cara dele enquanto escolhia, e tirava foto das redes, disse ela.

Bolsonaro, Lula
Vendedor conhecido como ‘Paraíba’ organizando os produtos (Foto: Leonardo de França | Jornal Midiamax)

Ou para quem gosta do Bolsonaro. “Um homem veio olhar uma rede e as toalhas dos dois políticos estavam penduradas. Ele disse: ‘ia compra uma rede de você, mas vi uma toalha do Lula e não vou compra mais’. Ou dizem pra vender só do Lula, ou só do Bolsonaro”, disse.

Sobre o perfil econômico dos compradores, Paraíba observou um certo padrão entre os fregueses. “A toalha do Bolsonaro é só gente rica que compra. Quem mais compra do Lula é a classe média. Tem rico que leva a do Lula, mas é bem pouco”, explicou.

Quem está na frente?

Comercializando toalhas dos presidenciáveis a cerca de dois meses e pelo valor de R$ 55, ele afirma que a venda de ambos é bem equilibrada, mas não soube precisar o número total de vendas.

“Rapaz, eu vou falar para você, vendi um pouco dos dois [políticos]. Se vendeu de um deles a mais, é uma ou duas toalhas. Se estivesse vendendo só de um, aí dava para ver a diferença”, detalhou.

Fora das quatro linhas das vendas a questão política não reverbera no coração de vendedor, deixando claro que a intenção ali é só vender.

“Eu nunca votei na minha vida, nem título eu tenho. Tem cara que dá a vida. Eu não sei quem vai ganhar, mas o preço é um só para as duas toalhas. Você pode se enxugar com o político que você ama, mas se você não gosta do candidato você pode comprar para fazer fogo ou tapete”, disse ele.

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