Símbolo do ‘Manduzão’, idoso com Alzheimer está desaparecido há 40 dias em Campo Grande
Comerciantes do entorno das antigas quadras de futsal relataram a convivência de anos com Aluízio, e a angústia causada pela falta de informações
Ranziel Oliveira –
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Diagnosticado com Alzheimer, Aluízio Pereira da Cruz, de 88 anos, está desaparecido há 40 dias em Campo Grande. No entorno das quadras do antigo ‘Manduzão’, onde ele trabalhou por anos, comerciantes e amigos compartilham da angústia e tristeza da família, indignados com a falta de esclarecimento sobre o caso.
No cruzamento da avenida Júlio de Castilho com a rua Otávio Mangabeira, onde hoje é uma casa de carne, Aluízio cuidava de quadras de futsal e era conhecido em toda região.
“Era amigo dele, ele trabalhou aqui na frente por mais de 20 anos. Moro aqui há 40 anos, desde que construíram o Manduzão ele estava aí”, disse o serralheiro aposentado José Rodrigues, de 73 anos.
Ao longo dos intervalos de cada jogo, José e Aluízio aproveitavam para conversar. “Todo dia a gente conversava. Ele chegava às 10h para abrir as quadras e ficava por aqui. Zé Pereira, Jardim Petrópolis, Vila Almeida, todo mundo da região conhecia ele”, explicou.
Por fim, José externa o sentimento de ver um amigo desaparecer. “Eu prefiro nem ficar pensando, mas é triste. Tantos anos com a gente e de repente some. Ninguém tem notícia”, disse ele.
Conhecido por todos que jogaram no ‘Manduzão’
Para a empresária Elisangela Rinaldo, de 49 anos, a falta de respostas gera angústia e mistério. “Não é normal alguém evaporar assim. Eu vejo a imagem do meu pai, como se fosse alguém da família. Esse desespero da família de não saber o que aconteceu ou onde procurar é horrível”, disse ela.
Ela, que cresceu na região, se lembra de Aluízio como uma grande personalidade no bairro. “Nessa região ele é muito conhecido, há muito tempo. Todo mundo que jogou nas quadras do Manduzão lembra dele, porque ele tomava conta”, disse ela.
“Tenho 49 anos hoje, desde adolescente ele já estava aqui. Mesmo depois que virou casa de carne ele sempre passava aqui. Todo mundo está preocupado e repassando nas redes sociais”, concluiu.
Família segue sem notícias
Daiane Escobar, de 31 anos, é neta de Aluízio Pereira da Cruz. Sem notícias há 40 dias, a tristeza e angústia já começam a dominar o convívio familiar. “Já procuramos a polícia. A gente está na estaca zero, não temos mais nenhuma ligação. Sem nada de concreto. Falaram que viram ele no Tijuca, a gente foi lá e infelizmente não achamos. Rodamos o bairro inteiro”, disse ela.
Com a voz em tom melancólico, desabafou. “A minha avó [esposa dele] de 87 anos está muito abalada. Não está se alimentando e não quer sair do quarto. A gente se sente impotente, não sabemos que rumo tomar. O natal está chegando e a gente sempre passava junto, fica um sentimento de vazio e tristeza”, concluiu.
O desaparecimento
A família de Aluízio Pereira da Cruz, de 88 anos, procura pelo idoso que desapareceu na noite de um sábado, 5 de novembro de 2022, na região do Jardim Panamá, em Campo Grande. O idoso, que tem Alzheimer, saiu de casa enquanto todos já estavam dormindo.
Segundo a sobrinha de Aluízio, Vanessa Barbosa, o tio mora com a esposa, duas filhas e dois netos, mas ninguém o viu saindo da residência, porém o sumiço foi percebido pouco tempo depois.
A sobrinha afirma ainda que esta é a primeira vez que seu tio desaparece e a família está muito preocupada, pois ele toma medicação para tratamento da doença.
Quem encontrar ou tiver informações sobre Aluízio, pode entrar em contato pelos telefones da família: (67) 9 9202-7800, (67) 9 9341-2913, (67) 9 9310-7859 ou no 190 da Polícia Militar.
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