Para quem vive o desemprego há anos, angústia por trabalho faz tempo passar mais devagar

Ação da Funsat em estacionamento de supermercado oferece 50 vagas de emprego

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Atendimento em edição da Funstat (Foto: Lucas Mamédio/Midiamax)

A angústia causada pelo desemprego faz o tempo passar mais devagar. Um dia sem carteira assinada é uma eternidade para muita gente. A incerteza de não saber o que fazer no dia seguinte atingiu milhões de brasileiros nos últimos anos de pandemia, num cenário que está longe de se normalizar.

Por isso, o estacionamento de uma rede de supermercado em Campo Grande deu lugar a quem procura uma vaga. Em ação conjunta com a Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), a rede de supermercado está oferendo mais de 50 vagas paras suas unidades nesta sexta-feira (1º).

Pessoas sendo atendidas no estacionamento do supermercado (Foto: Lucas Mamédio/Midiamax)

Quando falamos que um dia é muito tempo, não é brincadeira. Gabriel Amaral Cunha, de 21 anos, foi dispensado de seu último emprego nesta quinta-feira (30). Hoje, ele já estava sentado na fila da Funsat no supermercado tentando se recolocar.

“Ontem de manhã mesmo, antes de ser dispensado do outro serviço, eu tinha visto que ia ter essa ação aqui. Daí como fui avisado da demissão, resolvi vir hoje pra tentar”.

Com experiência como repositor e vigilante de mercado, Gabriel está esperançoso de conseguir uma vaga rapidamente. “A gente fica bem preocupado né, porque eu me sustento, vamos ver”.

Karoline Soares Santana, também de 21 anos, passou por um período bem maior e mais difícil sem emprego. Neste momento, ela trabalha em um hospital, onde está há pouco mais de um mês, mas antes disso ficou dois anos sem emprego. “Foi bem difícil porque eu moro sozinha com meu filho. Então, tinha que procurar emprego e cuidar dele”.

Anderson sendo atendido (Foto: Lucas Mamédio/Midiamax)

Também jovem, Letícia Vitória, de 20 anos, está desde janeiro sem emprego. Com pouca experiência nas vagas pretendidas, ela diz que tem disposição para aprender e precisa do emprego. “Nesse tempo desempregada eu fiz algumas entrevistas, mas nenhuma resposta. Vamos ver nessa aqui, estou na expectativa porque qualquer área eu posso trabalhar”.

Anderson Balbuena, de 32 anos, ficou um ano desempregado. Sobrevivendo de bicos e quer finalmente uma carteira assinada. “A gente nunca sabe quando vai ter dinheiro. É muito ruim essa coisa de ficar sem emprego. Nesse um ano, tive que fazer de tudo pra me virar, mas não quero mais isso pra minha vida”.

Segundo o coordenador de vagas de emprego da Funsat, João Alberto Bentitez, uma senha está sendo distribuída para quem chega. Em seguida, o cadastro na Funsat já é feito e, na sequência, já é realizada entrevista com os profissionais de RH da empresa.

Ainda conforme a Funsat, já foram 11 ações como esta, em que 998 pessoas foram atendidas, sendo que 215 pessoas conseguiram as vagas.

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