Proibido ficar doente: funcionários do HU denunciam ameaças e assédio moral

Trabalhadores da saúde também reclamam de falta de reajuste; hospital rebate acusações

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Profissionais da saúde do HUMAP (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) denunciam, em carta aberta, estarem sofrendo assédio moral por parte da Direção da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), atual administradora do hospital. Os servidores estatutários afirmam que estão impedidos de apresentar qualquer tipo de atestado, sob pena de serem suspensos dos plantões extras.

Dois anos depois do início da pandemia de covid, a carta afirma que “cessaram-se as palmas e o reconhecimento” se referindo ao período em que os trabalhadores da saúde foram considerados “heróis” por trabalhar na linha de frente de combate à pandemia. Atualmente, eles alegam remuneração sem reajuste há seis anos e ameaças da diretoria do hospital.

A carta é assinada pela Comissão de servidores estatutários do HU/UFMS e explica que a diretoria impôs uma normativa arbitrária em que ameaça suspender dos plantões extras, aqueles que apresentarem qualquer tipo de atestado. Dessa forma, estão impedidos de adoecer, acompanhar familiares doentes, doar sangue, ir a velório de familiares, casar ou mesmo trabalhar nas eleições.

Eles alegam que os plantões extras, dos quais correm o risco de ser afastados, “são a única forma de ter um adicional à remuneração que está sem reajuste à 6 anos”. Diante da decisão da diretoria do hospital de fazer a normativa, os profissionais afirmam terem pressionado para que haja uma revisão do texto. Dessa forma, a previsão é que essas regras entrem em vigor dia 1 de setembro.

A normativa afeta profissionais da enfermagem, técnicos de laboratório, farmacêuticos, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e serviço social, que trabalham como efetivos estatutários na unidade.

Hospital se defende das acusações

Em nota, o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh) informa que a referida normativa, ainda não vigente, encontra-se em fase de análise jurídica. “Comunicamos que a mesma foi construída por orientação da auditoria interna (com orientações da CGU) e discutida com as gerências e equipes (inclusive da enfermagem)”.

“O Humap reforça seu compromisso em combater qualquer tipo de assédio em suas instalações e possui um canal específico para registrar reclamação, denúncia, pedido de informação e sugestão (Ouvidoria), conclui a nota.

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