No extremo da cidade, o bairro Lagoa Dourada tem de um lado o Rita Vieira – que neste ano recebeu o tão sonhado asfalto – e do outro, um dos condomínios de luxo de Campo Grande, o Damha. Apesar do enfim investimento na região, os moradores se desanimam com possibilidade de desenvolvimento e veem bairro no abandono.
“Pior que roça. Quando chove a gente fica na lama e quando para de chove, a gente come poeira”, é o que desabafa Eunice de Oliveira Melo, de 42 anos. Ela diz que veio de outro estado morar em Campo Grande e há 12 anos nunca viu alguma melhoria no Lagoa Dourada.
Ela diz que a falta de asfalto é apenas um dos problemas. “Aqui sempre foi uma escuridão. O pessoal até abandonou, desistiram de pedir [para a prefeitura melhorar]. Investiram até no Rita Vieira, mas aqui esqueceram”, afirma.
O bairro também é constantemente feito de ‘lixão’. Moradores fazem com frequência descarte de materiais nos terrenos e até mesmo nas ruas. O filho da dona Eunice, por exemplo, tomou a iniciativa de, mesmo na chuva, limpar a rua. Em foto registrada pela reportagem ele aparece limpando.
Valdomiro Martins, 67 anos, é funileiro, e é irônico ao falar da Rua Matrinchan. “Hoje está até bonita. Toda a vida ela foi assim, moro aqui há 15 anos. A cada vez que chove ela detona mais aí para baixo, é muita água e desce muita enxurrada. A gente sente a necessidade de asfalto e esgoto. De vez em quando passa caminhão e vira um atoleiro”, afirmou.
A reportagem acionou a prefeitura para verificar se há previsão de obras na região e foi informada que quando os dias chuvosos passarem, uma manutenção será feita.
“A Sisep informa que quando as condições climáticas permitirem, será feita a manutenção nas ruas do Lagoa Dourada. A reclamação sobre a iluminação será encaminhada para ser incluída na programação de serviço da Secretaria”, disse.
*atualizada às 18h para acréscimo de informação
