Duas crianças foram filmadas descendo rua abaixo dentro de uma caixa d’água vazia em forte enxurrada no bairro Santa Mônica, em Campo Grande, na tarde da última sexta-feira (11), durante a forte chuva que atingiu a cidade. As imagens foram enviadas ao Jornal Midiamax e revelam cenas comuns em dias de chuva, sobretudo nas regiões periféricas de Campo Grande. Porém, a brincadeira guarda riscos às vidas das crianças.
No vídeo, as duas crianças são auxiliadas por um adulto a entrarem dentro da caixa d’água, que ainda dá um leve ‘empurrãozinho’ para que a descida fique mais rápida. A brincadeira, no caso, chama atenção pela irresponsabilidade dos adultos, considerando que a enxurrada estava forte e oferecia diversos riscos à saúde e integridade física dos menores.
A partir das imagens, o Corpo de Bombeiros Militar destacou que enxurradas não são locais seguros para brincadeiras e recomendou que a população se abrigue em locais cobertos. Para a corporação, além de colocar a integridade física em risco devido à possibilidade de acidentes, brincadeiras com água de chuva podem ser prejudiciais às crianças, que terão contato com água suja, com alto risco de transmissão de doenças, tais como a leptospirose, hepatite A e parasitas intestinais.
O perigo é real e até o Corpo de Bombeiros ter certeza que uma ocorrência não virou tragédia, as equipes são mobilizadas. Em 2020, uma criança de 11 anos teria sido sugada por um bueiro enquanto brincava na enxurrada em Chapadão do Sul, 331 quilômetros de Campo Grande. No mesmo ano, o Corpo de Bombeiros enviou quatro viaturas à ponte da Rua Catiguá, no Jardim Canguru, em Campo Grande, para o resgate de uma criança de três anos de idade que supostamente teria sido arrastada pela enxurrada e caído no córrego. Posteriormente, os casos não foram confirmados.
Perigo Crianças entram em caixa d’água e descem em enxurrada no Santa Mônica from Jornal Midiamax on Vimeo.
Temporal
Em apenas três horas, Campo Grande registrou 100 mm de acumulado de chuva na última sexta-feira. O registrado está dentro do previsto pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima), que indicou acumulado de até 125 mm.
Conforme a estação automática do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), na primeira hora de chuva, foram registrados 9,4 mm. Na segunda hora, 75,4 mm que, somando, resultou em 85 mm nas duas primeiras horas. Na terceira hora de tempestade, foram registrados mais 16 mm.
A quantidade de chuva causou alagamentos na cidade, como na Avenida Ricardo Brandão, onde um motorista tentou atravessar as águas do Córrego Prosa, que transbordou. Na Avenida Afonso Pena, uma academia ficou com o estacionamento alagado com a água da chuva.
A avenida Sete, no Jardim Carioca, ficou completamente inundada e submersa, encobrindo buracos perigosos e aumentando os riscos de acidentes. As obras de drenagem e asfalto no bairro são demoradas e a população já perdeu a paciência com a passividade do poder público, que não oferece resposta objetiva aos questionamentos feitos pelos moradores do bairro — seja em imóveis residenciais ou comerciais.
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