As reclamações passam desde a falta de agentes de trânsito para ajudar no fluxo dos veículos na região até futura falta de estacionamento, o que poderia prejudicar o comércio.
Um comerciante da região, que preferiu não se identificar, reclamou dos motoristas “folgados” – segundo ele, aqueles que “não estão nem aí para nada” e acabam atrapalhando o fluxo já comprometido por conta das obras na Av. Calógeras – situação que poderia ser evitada caso funcionários da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) fizessem fiscalizações frequentes.
“Na última semana, um homem deixou um Fusca mal estacionado na Rua Coronel Quito. Um ônibus que vinha pela Calógeras ficou um tempo parado porque não conseguia acessar a rua. O motorista apareceu e veio xingando como se tivesse razão”, lembra sobre o episódio. “A Agetran deveria deixar um agente controlando o fluxo dos veículos e não deixando os motoristas estacionar onde querem”, acrescentou.
O proprietário de uma loja de autopeças, Maurício Barbosa, 48, contou a empresa teve 60% de queda no faturamento mensal depois que as obras iniciaram. “Parece que a empresa é despreparada. Eles fecham o buraco, ai fazem algo errado, começam a cavocar novamente… Fizeram isso umas quatro vezes nesse trecho e ficou parado por quase 70 dias”, lamenta.

“Projeto é bonitinho, mas maléfico para os comerciantes”. É o que alega Maurício, ao reclamar o corredor de ônibus que será feito após colocarem o esgoto em toda via. “Eles vão tirar todo o estacionamento da Calógeras, pois de um lado o corredor de ônibus, do outro a ciclovia”, conta.
Já para Ronaldo Bergano, 43, a via está um caos, “um cenário de guerra. Tem muita gente que está ‘perigando’ quebrar”, afirma.
Bergano comenta que o movimento da loja caiu pela metade e se continuar com a demora em terminar a obra, vai quebrar muita gente. “Temos despesas mensais, e quem não consegue pagar, acaba virando uma bola de neve”, disse.
O comerciante disse serem duas equipes trabalhando, mas hoje só apareceu uma e estão abrindo cada vez mais o buraco.
Jornal Midiamax entrou em contato com a Agetran e questionou sobre a destinação de agentes de trânsito para auxiliarem na região. Até a publicação dessa matéria, não houve resposta. O espaço segue aberto para posicionamento.
Obra
O projeto prevê 1.540 metros de ciclovia, corredor exclusivo para ônibus, cinco estações de embarque e desembarque, além de novas instalações na sinalização de trânsito.
Outros 2.631 metros de drenagem ainda são planejados para captar a enxurrada que desce das transversais, eliminando pontos de alagamento.
A segunda etapa do Reviva Centro começou no dia 10 de abril de 2021. Estimativa é de que a entrega seja no aniversário de Campo Grande, em 2022.