No terceiro ano da pandemia, universidades de MS têm pelo menos 30 pesquisas sobre Covid
Confira o que pesquisadores têm estudado sobre o vírus da Covid em Mato Grosso do Sul
Aliny Mary Dias –
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A disseminação em massa de um vírus capaz de matar milhões de pessoas ao redor do mundo, paralisar grandes cidades e levar o caos a hospitais levou pânico a brasileiros e sul-mato-grossenses desde março de 2020, quando a pandemia de Covid-19 foi declarada no Brasil. De lá para cá, pesquisadores se debruçaram em estudar exaustivamente o vírus, suas origens e consequências. Mais de dois anos após o início da pandemia, universidades de Mato Grosso do Sul mantêm pelo menos 30 estudos sobre o tema.
Levantamento feito pelo Jornal Midiamax com base em informações fornecidas pelas universidades revela que as universidades públicas concentram a maior parte das pesquisas que têm a Covid-19 como foco principal dos trabalhos.
Só na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) são 23 estudos em andamento nos câmpus universitários.
Entre os estudos está uma pesquisa que coleta dados relacionados à Covid-19 em 76 hospitais de Mato Grosso do Sul. Batizado de “Epidemiologia do SARS-Cov-2/Covid-19 em Mato Grosso do Sul: características clínicas, curso clínico e fatores de risco para morbimortalidade”, o estudo quer descrever características dos infectados pela doença e identificar fatores associados ao risco de morte pela doença.
“Queremos investigar isso, tentar identificar quais foram as doenças que algumas pessoas apresentaram. A gente sabe que várias pessoas apresentaram algum problema de saúde depois que se curaram da Covid e aí nós queremos tentar identificar quais são essas doenças e elencá-las”, diz o professor Cremildo João Baptista, coordenador da pesquisa que iniciou com coletas de dados entre novembro de 2021 e março de 2022. Atualmente, os estudos estão na fase da análise clínico-epidemiológica dos dados.
Proteção das vacinas nos casos de Covid
Na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), são três estudos em andamento. Um deles apura a capacidade de proteção da vacina BCG para casos graves de Covid, segundo a universidade foram 1.262 pessoas recrutadas e a previsão é que o estudo termine em dezembro deste ano.
A outra pesquisa avalia a eficácia e segurança de Favipiravir para tratamento de Covid-19. “Este estudo está avaliando se o antiviral favipiravir é capaz de tratar casos não hospitalizados de COVID-19. Nossa meta é recrutar 20 participantes, até o momento temos 1 recrutado”, informou a universidade.
Por último, a UEMS realiza ensaio clínico, financiado por instituto americano, para avaliar se doses fracionadas das vacinas anticovid (Pfizer, AztraZeneca e Coronavac) têm resposta contra casos graves e fatais de Covid, quando comparadas com as doses completas.
As pesquisas têm como professores coordenadores o Dr. Roberto Dias de Oliveira, do curso de enfermagem, da Unidade de Dourados, com doutorado em Doenças Infecciosas e Parasitárias e a professora mestre Mariana Trinidad Ribeiro da Costa Garcia Croda, médica infectologista.
Gestantes e uso de telas por crianças durante a pandemia
Entre as universidades privadas do Estado, a Uniderp informou que possui quatro estudos em andamento que têm a Covid como tema central. Uma das pesquisas apura os impactos da infecção pelo coronavírus em mulheres grávidas acompanhadas no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).
Orientadora do estudo, a médica infectologista Iris Bucker Froes Menin explica que os trabalhos iniciados em janeiro de 2021 e que devem ser concluídos em fevereiro de 2023 avalia prontuários de gestantes admitidas no HRMS e que tiveram o diagnóstico confirmado de Covid-19.
“Conhecer melhor os impactos da infecção pelo SARS-CoV 2 em gestantes e possíveis consequências a curto prazo, como internações, parto prematuro, maior indicação de parto cesariana, complicações para o feto”, explica a orientadora do estudo.
Na Uniderp, outra pesquisa curiosa também tem a Covid como foco, mas nesta o tema central é a relação entre o uso de telas por crianças durante a pandemia e possíveis repercussões no desenvolvimento neuropsicomotor infantil.
Com coletas de dados iniciadas em abril deste ano, a pesquisa tem como objetivo principal identificar o uso excessivo de telas como possível causador de alterações psicológicas e atrasos motores às crianças durante a pandemia do Covid-19.
O trabalho é orientado pela médica infectologista pediátrica e professora do curso de Medicina da Uniderp, Ana Lúcia Lyrio de Oliveira e Débora Marchetti Thomaz.
A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) informou não haver pesquisas em andamento que tenham a Covid como foco específico. Entre as universidades particulares do Estado, a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) foi procurada pelo Jornal Midiamax, mas não houve retorno até a publicação deste texto.
Pandemia em MS
Na última terça-feira (21), Mato Grosso do Sul teve registro de 3.057 novos positivos e sete óbitos no Estado por coronavírus. Dos 3.057 novos casos registrados no boletim, o município com maior incidência é Campo Grande, com 1.325, seguido por Três Lagoas com 174, Ponta Porã com 161, Dourados com 154, Eldorado com 85 e Cassilândia com 84.
Desde o início da pandemia até agora, foram 10.610 mortes no Estado e 545.305 mil casos confirmados da doença.
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