A noite foi na casa de amigos e familiares, mas logo cedo os moradores de uma área desocupada, no Parque do Sol, em Campo Grande, voltaram para tentar reconstruir cerca de 20 barracos. Após acompanhar a ação de desocupação, muitos retornaram nesta manhã (21) e disseram que temem retaliação, porém, não possuem condições de pagar aluguel e pretendem reerguer as moradias com lona.

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Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax

Mãe de quatro filhos, uma jovem de 23 anos diz que, há cerca de 8 meses, residia no local com o esposo. “Ele trabalha com reciclagem. A gente ganha pouco e daí ontem chegaram derrubando. Eu acho que é porque viram um fogão aqui, mas eu não comprei. Eu ganhei. Não temos como pagar aluguel e eu não sei o que fazer”, lamentou. 

Um dos vizinhos dela, um rapaz de 21 anos, também fala que as coisas estão muito caras e ele não possui condições de arcar com uma despesa mensal de aluguel. “Eu não sei o que fazer”. É também o mesmo pensamento de uma jovem de 19 anos. No local, ela residia com o marido e a sogra. 

“Fiquei tão revoltado e nervoso ontem que, quando vi, estava derrubando tudo junto. Não tenho condições de pagar nada. Tive que pegar dinheiro emprestado para comprar lona e aí vieram aqui e derrubaram tudo. Nem as telhas deixaram salvar. Vi uma senhora passando mal também. Ela teve crise de ansiedade vendo alguns móveis e colchões jogados. Acho que foram muito truculentos”, lamentou.

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Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax

Prefeitura diz que faz cadastramento

No local, guardas municipais fazem o monitoramento. Eles ressaltam que a prefeitura está fazendo o cadastramento destes moradores para obterem o imóvel social.

Ao Jornal Midiamax a assessoria de imprensa da EMHA (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) ressaltou que, apenas um servidor acompanhou a ação, além de técnicos da (Secretaria Municipal do e Gestão Urbana) e servidores da Guarda Municipal. 

Durante a ação de desocupação, no final de semana, a assessoria ressalta que tudo foi feito sem qualquer tipo de truculência e nos trâmites legais. Ao todo, existem 42 mil pessoas que não invadem áreas públicas e aguardam uma moradia na capital sul-mato-grossense. Além disso, o invasor pode ficar inabilitado por até 2 anos de participar do programa, além de ser crime de esbulho possessório, previsto no Código Penal e com pena que pode chegar a seis meses de cadeia, além da multa.