Mato Grosso do Sul tem novo caso suspeito de varíola dos macacos
Criança estrangeira estava em viagem no Estado e foi colocada em isolamento domiciliar
Aliny Mary Dias, Anna Gomes –
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Três semanas depois de Mato Grosso do Sul descartar o primeiro caso de paciente com suspeita de infecção pela varíola dos macacos, o Estado tem novamente um caso suspeito da doença. A informação foi divulgada em boletim diário do Ministério da Saúde na última quarta-feira (29).
A publicação nacional não detalha em qual cidade está o paciente com suspeita da doença. Ao Jornal Midiamax, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, afirmou que o novo caso suspeito é de uma criança estrangeira que estava em viagem com os pais em Mato Grosso do Sul.
O secretário não soube informar em qual cidade do Estado está a criança, que foi colocada em isolamento domiciliar. Exames foram coletados em Mato Grosso do Sul e encaminhados para São Paulo.
O novo caso suspeito no Estado se soma a outros 22 suspeitos em todo o Brasil. Desde o início do monitoramento da doença no Brasil até agora, há 37 dias, são 21 casos confirmados no país.
Ainda segundo as informações da sala de situação do Ministério da Saúde, foram 99 notificações da doença em todo o Brasil. Mato Grosso do Sul conta com três casos notificados da doença, destes, dois se tornaram suspeitos, sendo que um deles restou descartado em 10 de junho.
O primeiro caso suspeito da varíola dos macacos em Mato Grosso do Sul era um adolescente boliviano que procurou atendimento médico na Santa Casa de Corumbá. Ele permaneceu internado no hospital com lesões na pele, típicas da doença.
A Saúde de Corumbá informou, em 10 de junho, que os exames para a doença foram negativos e que o diagnóstico do adolescente foi de reação alérgica a um medicamento que foi prescrito na Bolívia. Ele permaneceu internado no hospital da cidade para tratar as lesões na pele.
Plano de contingência contra varíola dos macacos em MS
No início de junho, o MPMS (Ministério Público Estadual) determinou a implementação de um plano de contingência contra a varíola dos macacos em Mato Grosso do Sul.
O grupo contará com a SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde), Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande, Conselho Municipal de Saúde, Conselho Regional de Enfermagem, Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e Comissão de Saúde da OAB-MS.
Os trabalhos do grupo devem seguir orientações emitidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em nota técnica publicada no mês passado que detalha o que se sabe até agora sobre a doença e procedimentos para notificação de casos.
Em resposta à recomendação do MP, a SES-MS informou, em 21 de junho, que aguardava plano de contingência nacional para estabelecer as diretrizes do plano estadual. No documento, a secretaria também informou que tem tomado medidas contra a doença, como orientações aos profissionais do Estado e acompanhamento do Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde).
Até o momento, não há novas medidas práticas fruto da criação do plano de contingência estadual.
Principais formas de contágio da varíola dos macacos
A infecção pelo vírus se dá de três formas: em contato com um macaco infectado com o vírus, com outra pessoa doente e também com materiais contaminados. De pessoa para pessoa, o vírus é transmitido no contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
Portanto, as formas mais comuns de contágio são as seguintes:
• do contato com roupas ou lençóis (como roupas de cama ou toalhas) usados por uma pessoa infectada;
• do contato direto com lesões ou crostas de varíola de macaco;
• da exposição próxima à tosse ou a espirro de um indivíduo com erupção cutânea de varíola.
Sintomas e prevenção
Segundo as autoridades, o período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias e os sintomas costumam aparecer após 10 ou 14 dias. Além das erupções cutâneas, a varíola dos macacos causa dores musculares, na cabeça e nas costas, febre, calafrios, cansaço e inchaço dos gânglios linfáticos.
Em nota emitida na semana passada, o Ministério da Saúde afirma que o melhor método de prevenção para o contágio é reforçar a higiene das mãos e ter cuidado no manuseio de roupas de cama, toalhas e lençóis usados por pessoas infectadas.
Vale ressaltar que não há tratamento específico para a doença ou vacina contra o vírus, no entanto, a vacina padrão contra varíola também protege contra esse vírus. A varíola foi erradicada no mundo em 1980.
Nos Estados Unidos, último país fora do continente Africado a registrar surto da doença no início dos anos 2000, não houve nenhuma morte causada pela doença. Segundo especialistas, esse cenário revela que com assistência adequada, a doença, apesar de grave, pode não representar uma epidemia, como a causada por vírus respiratórios, como a Covid-19.
*Matéria alterada às 11h30 para correção de informação.
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