é o estado da região Centro-Oeste com o maior número de domicílios com algum grau de insegurança alimentar. No Estado, 65% das residências se encontram sem acesso a alimentos suficientes, seguido por Mato Grosso (63%), (61,5%) e Goiás (54,8%). No ranking nacional, Mato Grosso do Sul está na 11ª posição. Os estados das regiões Norte e Nordeste predominam nas primeiras colocações.

Os dados são do “2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”, realizado pela Rede PENSSAN (Rede Brasileira de em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional).

A pesquisa mostra que 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer e que só 4 entre 10 famílias conseguem acesso pleno à alimentação. O levantamento também aponta que mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau – leve, moderado ou grave (fome).

Confira abaixo os níveis, de acordo com o documento:

Segurança Alimentar: acesso pleno a alimentação.

Insegurança Alimentar Leve: condição de instabilidade na capacidade das famílias de acesso aos alimentos, expressa, principalmente, pela preocupação com a falta de alimentos no futuro próximo.

Insegurança Alimentar Moderada: acesso aos alimentos qualitativamente inadequado e quantitativamente insuficiente.

Insegurança Alimentar Grave: falta de alimentos e o convívio com a fome.

Em Mato Grosso do Sul, apenas 35% dos domicílios estão na faixa de segurança alimentar. Os demais estão em insegurança alimentar leve (35%), moderada (20,5%) e grave (9,4%). Entre a região Centro-Oeste, o Estado possui a menor taxa de pessoas passando fome diariamente. O índice é maior em Mato Grosso (17%), Distrito Federal (13,1%), Goiás (11,9%).

A taxa de insegurança alimentar em Mato Grosso do Sul de 65% é maior que a média nacional (58,7%) e do Centro-Oeste (59,5%). Alagoas é o estado brasileiro em que a fome é mais predominante entre a população, com a IA grave na faixa de 36,7% dos domicílios.

Quanto mais pobre, maior é a chance de passar fome em MS

A pesquisa também mostra que a probabilidade de passar fome é maior entre aqueles com renda familiar menor. Em Mato Grosso do Sul, 47,4% dos que recebem até meio salário mínimo estão na faixa de insegurança alimentar moderada e grave. Os que têm acesso pleno à alimentação somam 20,3% dos domicílios. 

Já entre os que têm renda de meio salário mínimo a um salário mínimo, a segurança alimentar sobe para 40,9% das residências, enquanto a fome desce para 21,4% em níveis moderado a grave.

Pesquisa

A edição deste ano do “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil” foi construída com estatísticas coletadas entre novembro de 2021 e abril de 2022, a partir da realização de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal.

A Segurança Alimentar e a Insegurança Alimentar foram medidas, mais uma vez, pela Ebia (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), que também é utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).