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Cotidiano

Mais prejuízos que benefícios: obras inacabadas frustram comerciantes da Rua Bahia

Obras já causaram prejuízos financeiros e materiais aos comerciantes da região
Ranziel Oliveira -
Movimento da Rua Bahia por volta das 18h30 (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

A insatisfação com o resultado das obras não concluídas na Rua Bahia e a futura implantação de um corredor de ônibus é geral entre comerciantes e usuários da via. O projeto foi iniciado em 2019 e implantou uma nova malha asfáltica, mas a diminuição das faixas de rolamento e a intervenção como um todo tem gerado mais prejuízos do que benefícios.

A atendente de uma loja de suplementos, Stefany Pereira, de 22 anos, não vê o corredor com bons olhos e escuta frequentes dos clientes. “Já falta estacionamento daquele lado e as pessoas vão perder mais ainda. Os clientes reclamam sempre sobre a questão de vagas. Se fosse melhorar o trânsito, mas já faz tempo que está desse jeito e piorou”, disse ela.  

Para a gerente do restaurante La Buona Cucina, Luzia da Silva, de 49 anos, o prejuízo tomou proporções materiais. “Causou danos na minha parede da recepção e cozinha. O batente da porta rachou e o vidro da porta caiu e quebrou por conta da vibração das obras e a passagem das máquinas”, explicou.

Indignada e com danos em várias frentes, ela diz não entender o motivo dessas obras. “Eu não achei legal, é algo que não terminaram e só deixou prejuízo. É uma ideia de jerico, não pensaram no comércio. Precisavam fazer desobstrução do nessa rua, isso nós temos problema. Mas só fizeram uma maquiagem”, disse ela.

Uma das paredes que rachou por conta das obras (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

Ela também é mais uma das comerciantes que não compactuam com a implantação do corredor de ônibus. “Acho essa ideia horrível! Já é difícil para trabalhadores e clientes estacionarem, imagina quando essa faixa virar exclusiva para ônibus, vai atrapalhar o comércio”.

Utilizando a rua como via de acesso frequente, o empresário Eduardo Musuline, de 26 anos, também não enxerga benefícios na implantação do corredor de ônibus. “Acho bem ruim, uso para ir ao centro ou voltar para casa. Vai diminuir o espaço para tráfego de uma rua movimentada. Eu acredito que vai dificultar bastante até para acessar a academia”, disse ele.

Ação civil contra o corredor

A ação confronta a opção do projeto por instalar a faixa exclusiva de ônibus na pista mais à esquerda, reservada à ultrapassagem. Para os vizinhos à obra na Rua Bahia e empreendedores da região, os pontos de embarque construídos em meio às faixas de rolamento, como ilhas, expõem motoristas e pedestre ao risco de acidentes.

“[…] o passageiro fica obrigado a executar a travessia por uma faixa de pedestres, ampliando o descolamento [sic] a pé para embarque e desembarque”, pontua a petição, distribuída ao juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais de .

“O ponto de ônibus/abrigo, no caso da via ser mão única, deveria ser feito sobre a calçada e não no meio da via. Caso exista restrição na largura, bastaria acrescer o passeio”, continua.

A peça afirma que a iniciativa em Campo Grande contraria o que determina guia do extinto Ministério das Cidades, publicado em 2018. O documento traz orientações para seleção de tecnologias e implementação de projetos de transporte público coletivo.

Os autores da ação popular citam incoerências entre a proposta aprovada pelo Ministério das Cidades e o projeto em execução. As divergências poderiam levar ao rompimento do contrato de financiamento da Caixa Econômica Federal com o município, argumentam.

Posição da prefeitura

O Jornal Midiamax solicitou esclarecimentos da PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande) sobre o andamento das obras e a implantação do corredor de ônibus.

Ao Midiamax, o secretário da (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, explicou sobre o motivo da obra estar parada. “A parte de infraestrutura, recapeamento e drenagem está pronta. Será feita outra licitação para a construção dos pontos de embarque, porque a empresa atual desistiu do contrato. Mas não temos uma data”, disse ele.

Sobre a medida não ter escutado os comerciantes, ele discorreu. “Todas as vezes que a gente faz isso vem esse argumento, mas não procede. Houve audiência pública e quando teve plano de mobilidade da cidade, foi inserido no planto diretor. Não é uma coisa que alguém amanheceu e do nada resolveu fazer. Causa um impacto e a gente reconhece, mas o ônibus tem que passar em alguma via. A cidade vai crescendo e a tendência, hoje, é priorizar o transporte público. Acaba sendo necessário sacrificar o espaço do veículo particular”.

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