Mãe acusa maternidade de negligência após bebê nascer morto em Campo Grande
Em nota, maternidade afirmou que vai abrir uma sindicância para apurar os fatos
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Moradora de Campo Grande, Larissa dos Santos Araújo, de 20 anos, denunciou nesta segunda-feira (31) suposto caso de negligência que teria resultado na morte de seu filho ainda no útero, nascido no domingo (30), na Maternidade Cândido Mariano. A jovem, que alega ter chegado à unidade com o bebê vivo, afirma ter sido negligenciada pela equipe que a atendeu — isso porque os plantonistas teriam negado o parto cesariano, que só foi realizado após cerca de 16h da entrada no hospital.
O suposto novo caso de negligência chega ao Jornal Midiamax após uma série de reportagens que relataram situações de violência obstétrica envolvendo o nome da maternidade. No caso de Larissa, que jamais chegou a ver o pequeno Isac com vida, ela afirma que a demora em realizar a cirurgia ocasionou a morte do bebê, que estaria bem quando deu entrada na unidade.
A jovem teria dado entrada na maternidade a 1h30 de domingo, após o rompimento da bolsa. Todavia, ela não teria conseguido ter o parto normal e, com muitas dores, teria implorado aos médicos por uma cesariana. A equipe, no entanto, não teria acatado o pedido da mãe.
Muito abalado, o avô do bebê, Anderson de Oliveira, de 38 anos, contou ao Jornal Midiamax que durante mensagens trocadas com a filha, ela dizia que o médico que a atendeu no período da manhã era grosso e que não queria realizar uma cesariana. Após quase 16h tentando induzir um parto normal, a equipe médica resolveu fazer o procedimento cirúrgico, mas o pequeno Isac já nasceu sem vida.
“Meu neto nasceu com 53 centímetros, era muito grande, e minha filha não conseguiria ter sem fazer cesárea. Eles não deram ouvidos e insistiram no parto normal. Após minha filha sofrer por várias horas é que eles resolveram realizar o procedimento, mas o bebê já estava morto”, relatou à reportagem.
Ainda segundo o avô, a filha realizou todos os exames necessários durante o pré-natal. “Tudo foi feito como tinha que ser. Todos os exames e ultrassonografias. Meu neto estava saudável e agora nasceu morto por erro médico, porque demoraram para realizar a cesárea. Minha filha está em choque, estamos completamente abalados. Tudo estava pronto a espera do Isac, o quartinho dele, as roupas, tudo. Estamos desolados”, lamentou.
Larissa realizou a cesariana e segue internada na Cândido Mariano. A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a maternidade, que admitiu que o bebê estava bem nos exames iniciais. A maternidade também adiantou que uma sindicância será aberta para apurar os fatos.
Leia na íntegra a nota da Cândido Mariano encaminhada ao Midiamax:
“Gestante Larissa Araujo dos Santos, trata-se de óbito fetal, a princípio a paciente foi admitida na madrugada de sábado com ruptura das membranas amnióticas (bolsa rota), e evoluiu bem no trabalho de parto inicial, sendo realizados todos os exames para o bom andamento do procedimento, como a cardiotocografia que apresentou uma boa vitalidade fetal. Posteriormente, será aberta uma sindicância para apurar os fatos”.
Mais casos
No último dia 12 de janeiro, uma jovem gestante de 23 anos e seu bebê morreram após supostamente a grávida ficar horas na mesma maternidade, mas sem receber o devido atendimento. A mãe da gestante usou as redes sociais para desabafar e contou que a jovem ficou 12 horas na Cândido Mariano sem realizar exames. A grávida foi transferida já em estado grave para o Hospital Regional. Indignada com a situação, a genitora ressaltou que houve negligência, que resultou nas mortes da filha e do bebê.
Em defesa, a maternidade se manifestou negando o descaso com a jovem, alegando que prestou todo atendimento necessário à gestante e que em nenhum momento foi negligente ou que deixou de prestar assistência.
Bebê ‘desaparece’ após mãe ‘furar’ toda segurança da Maternidade
Também na Maternidade Cândido Mariano, uma mulher teria conseguido ‘furar’ toda segurança do hospital no último dia 23, em Campo Grande, para fugir com o filho recém-nascido da unidade. Segundo apurado pelo Jornal Midiamax, a mãe invadiu o setor onde o filho recebia tratamento, colocou o bebê em uma bolsa e fugiu.
A denúncia traz que o fato ocorreu na Ucin (Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal), que é um local onde os bebês ficam se recuperando, fazendo uso de medicamentos e não estão aptos a deixarem a maternidade. O recém-nascido estava se alimentando por sonda e, mesmo assim, a mãe, que seria usuária de drogas, o colocou em uma bolsa e passou por toda segurança da Cândido Mariano sem levantar suspeitas.
Em seguida, a mulher entrou em um carro de aplicativo. Ao ouvir o bebê chorando, o motorista questionou a mãe, que abriu a porta do carro e fugiu. O motorista de aplicativo foi até a maternidade e relatou o que estava acontecendo, foi quando a polícia teria sido acionada.
Sobre o fato, a maternidade Cândido Mariano informou que abriu uma sindicância interna para investigar o caso da mulher que fugiu com filho recém-nascido. “A maternidade tem protocolos de cuidados e segurança com o paciente. Foi iniciado uma sindicância interna para caso, para as devidas averiguações e mudanças e melhorias, assim for identificado”, se defendeu em nota.
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