Greve que teve feridos e mortos continua na fronteira da Bolívia com Corumbá  

Apesar da reunião realizada no sábado (22), não houve consenso entre as partes e protesto segue sem acordo

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Protestos na fronteira da Bolívia com Corumbá continuam (Foto: El Deber)

A greve na fronteira da Bolívia com Corumbá que já resultou em mortes e feridos continua neste domingo (23) em repúdio ao Decreto Supremo 4760, que adia o Censo de População e Habitação para 2024. Apesar da reunião realizada no sábado (22), não houve consenso entre as partes e protesto segue sem acordo.

Representantes do Comitê de Promoção do Censo 2023, o governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, e dois ministros do governo Luis Arce, participaram da negociação. O Governo não quis reconsiderar um novo decreto determinando o período do levantamento.

Assim, a greve no país vizinho continua. Enquanto isso, a fronteira da Bolívia com Corumbá permanece fechada para tráfego de veículos, conforme informações do Diário Corumbaense.

Apenas pedestres podem cruzar a fronteira.  

Greve já teve mortos e feridos

Desde a meia-noite de sábado (22), diversas fronteiras da Bolívia foram fechadas. Há confrontos em vários pontos do país. Em Puerto Quijarro, em Santa Cruz, na fronteira com Corumbá, houve briga entre a população a favor dos protestos e os que são contra. Uma morte foi registrada, segundo a polícia.

A morte de Julio Pablo Taborga, mais conhecido como ‘viborita’, morador de Arroyo Concepción, foi confirmada pelo comandante de fronteira da polícia de Puerto Suárez, coronel Nelson Pacheco Barrios.

Os confrontos, que começaram antes mesmo da meia-noite, se espalharam nas redes sociais. Os vídeos mostram como um grupo de pessoas se preparou para evitar o bloqueio daqueles que pretendiam iniciar a greve e, como resultado, a briga eclodiu, e terminou com feridos e uma morte.

“Vimos a morte de uma pessoa nas redes sociais, estamos tentando nos comunicar com o cidadão da área, mas o fato é lamentável, independentemente de ele apoiar ou não a greve”, disse o segundo presidente cívico de Santa Cruz, Stello Cochamanidis.

Ainda segundo o Diário Corumbaense, as lideranças do Paro Cívico alegam que o levantamento precisa ser feito o quanto antes, uma vez que o Estado de Santa Cruz de La Sierra e demais locais são os mais prejudicados.

O último Censo foi realizado em 2012 e, desde então, muita coisa mudou.  Segundo os dados, Santa Cruz tinha 2 milhões de habitantes. No entanto, a população cresceu e a falta de dados atualizados afeta no repasse de verba pública.

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