Falta de medicamentos no mercado já preocupa a Santa Casa de Campo Grande
Conselho de farmácia orienta população a pedir 2ª opção e não fazer estoque em casa
Wendy Tonhati –
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A CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde) emitiu, nesta semana, um comunicado alertando para o risco de falta de medicamentos e a escassez de insumos médicos. A situação tem preocupado o setor hospitalar e farmacêutico em todo o país. Em algumas cidades, a falta de insumos ameaça o funcionamento de hospitais. Em Campo Grande, a Santa Casa informou que a situação de alguns medicamentos preocupa o hospital.
A Santa Casa informou ao Jornal Midiamax que teve uma grande preocupação em relação aos soros fisiológicos que estavam em falta. A empresa contratada conseguiu abastecer parte da demanda, mas algumas apresentações não. Além disso, para manter o hospital abastecido, foi preciso comprar o insumo em outros distribuidores pagando preços mais altos do que os cotados previamente. A situação acontece desde março.
Em relação a fármacos, os medicamentos como Dipirona, Atropina e Aminofilina ainda estão com problema no abastecimento, isso devido à falta no mercado. “A Santa Casa está com o estoque abastecido, mas, infelizmente, no mercado, essas medicações também estão com preços muito altos”, informa nota enviada pelo hospital. “A situação preocupante em relação a medicamentos e insumos é não ter o conhecimento prévio sobre a falta deles no mercado, isso porque as distribuidoras emitem, por vezes, essa falta apenas na hora despachar as notas fiscais às empresas”, prossegue a Santa Casa.
O risco de desabastecimento de medicamentos e insumos médicos preocupa o segmento de saúde em todo o Brasil. Em Belo Horizonte (MG), a falta de insumos hospitalares ameaça o funcionamento da Santa Casa, de acordo com matéria do O Estado de Minas Gerais.
Falta de medicamentos em Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, o problema da falta de medicamentos persiste em diversos municípios, de acordo com informações do Cosems-MS (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul). Remédios como Ibuprofeno, nimesulida, amoxicilina e dipirona estão entre os medicamentos em baixa.
Na última quinta-feira (23), o Cosems-MS informou ao Jornal Midiamax que “infelizmente, vários processos licitatórios permanecem desertos. Os laboratórios estão com dificuldade na produção devido a escassez de insumos, o que gera, em alguns casos, um aumento excessivo dos valores de determinadas medicações”.
O Cosems-MS informou ainda que conseguiu a doação de 45.759 frascos de Amoxicilina suspensão 250mg, e 24.100 frascos de Cefalexina que já foram distribuídos aos municípios e que levou a pauta para discussão nacional.
Conselho da Farmácia orienta pacientes sobre falta de medicamentos
Em São Paulo, um levantamento feito pelo CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo) apontou que mais de 98% dos farmacêuticos declararam problemas de desabastecimento de medicamentos. Em Mato Grosso do Sul, ainda não há um levantamento, mas o CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia) confirma que o problema também já atinge o Estado.
De acordo com o presidente do CRF/MS, Flávio Shinzato, a situação das farmácias no Estado não é diferente de outras regiões, como São Paulo, Rio de Janeiro e os grandes centros. “Há desabastecimento generalizado de certos medicamentos. É o caso do analgésicos como dipirona, na solução oral pediátrica, e, principalmente, a nível de antibióticos e outros derivados também, que fazem parte da cadeia de estruturação e manutenção da saúde da população”, explica Shinzato.
Entre os principais motivos para a escassez de medicamentos estão a alta demanda causada pela pandemia, que ainda impacta o setor, a guerra na Ucrânia e o lockdown na China, que é um grande provedor de matéria-prima geraram problemas logísticos para o atendimento das demandas de insumos e medicamentos.
Segundo o presidente do CRF/MS, esses fatores levam a um agravamento dessa situação que ainda persistirá por algum tempo no Brasil.
“Pedimos a população que no ato do atendimento médico já tenha uma segunda opção dada pelo médico para que nós, profissionais farmacêuticos, tenhamos uma segunda opção de medicamento para esses clientes de forma a contemplar esse tratamento. Também orientamos que a população que não se automedique e não faça estoque de medicamentos, pois isso ocasiona mais malefícios do que benefícios à sociedade”, afirma Shinzato.
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