‘Eu conheço essa história há 40 anos’: Novo acesso das Moreninhas não sai do papel e ‘pesadelo’ continua

Moradores acreditam que a obra traria investimentos, infraestrutura e outra vida para os comércios da região

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Rua onde a ligação aconteceria no bairro Nova Capital, fundo das Moreninhas (Foto: Stephanie Dias / Jornal Midiamax)

Parte das obras do prolongamento da Avenida Rita Vieira, que serviria como novo acesso ao bairro Moreninhas, continua travada e prolonga o ‘pesadelo’ de moradores, que sonham com os benefícios econômicos que a obra acarretaria, enquanto lidam com os problemas estruturais da região.

A primeira parte do projeto já foi executada pelo município de Campo Grande. Entretanto, o problema está na execução da segunda fase, que está a cargo do Governo do Estado e permanece em fase de projetos.

Morador do bairro Nova Capital — no Fundo das Moreninhas — Vagner Cardoso, de 48 anos, é uma das pessoas que se sentem esquecidos pelo poder público na vila. “Moro aqui há 10 anos, mas está tudo largado. É um bairro abandonado, eles não vêm nem limpar o mato ou jogar um cascalho nessa rua. Esse novo acesso traria mais investimentos, mais comércios e o pessoal investiria em casas melhores”, disse ele.

Morando no bairro desde 2005 o comerciante Edemundo Rodrigues, de 61 anos, é um dos campo-grandenses que já ouviram esse discurso há muito tempo. “Eu conheço essa história há 40 anos, moro na região das moreninhas desde 1982. O projeto seguiria as torres de energia, mas eles não fazem porque não têm respeito com a população.  A conversa é sempre a mesma e nunca sai”, exclamou.

Edemundo Rodrigues  (Foto: Stephanie Dias / Jornal Midiamax)

Com um pequeno comércio, ele acredita que o novo acesso iria melhorar as condições de vida para quem é de dentro e fora bairro. “Não ia melhorar só a nossa vida e sim de toda a região. A Avenida Gury Marques fica afogada no horário de pico, iria aliviar o trânsito e dar outra vida para os comércios e moradias da região”, pontuou.

Responsável por um hortifrúti na Moreninha 1, Patrícia Basso, de 41 anos, também enxerga o acesso como uma forma de guinar a economia local. “Ia aumentar o comércio daqui, teriam mais construções, casas, condomínios e asfalto. Faz 20 anos que moro aqui, me sinto injustiçada porque essa obra já devia ter saído”, disse ela.

Para o também morador da Moreninha 1, Nillo Teixeira, de 48 anos, a implantação do acesso iria facilitar a locomoção em toda a região. “Ia melhorar muito e interligar tudo. Seria um corredor mais rápido pra ir trabalhar ou chegar ao centro da cidade”, explicou.

Conforme o secretário da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, a responsabilidade de executar as obras de ligação foi dividida entre a gestão municipal e o Governo do Estado. “Nós [a prefeitura] concluímos a primeira etapa das obras ligando a Avenida Rita Vieira até a Guaicurus, e ficamos com o compromisso de entregar o projeto executivo da segunda parte para o Governo do Estado. Esse projeto foi entregue, a segunda parte da ligação até as Moreninhas é responsabilidade deles”, afirmou Fiorese.

O Jornal Midiamax acionou o Governo do Estado para prestar esclarecimentos sobre o andamento da segunda etapa. Foi perguntado qual era prazo para entregar a obra e o que está faltando para ligar as duas partes. O Estado se limitou a dizer que: O projeto da primeira fase da obra de acesso às Moreninhas encontra-se em análise na Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).

Encontro da Avenida Rita Vieira com Guaicurus. O prolongamento seguiria pela rua de terra, do outro lado da via, e ligaria até a região das Moreninhas (Foto: Stephanie Dias / Jornal Midiamax)

Conteúdos relacionados

Vacinação criança