Após o MEC (Ministério da Educação) cortar R$ 6,2 milhões de universidades federais de Mato Grosso do Sul – e de tantas outras no país – os estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) realizam nesta sexta-feira (7) plenária estudantil para discutir medidas de enfrentamento do corte às universidades.

Conforme o Centro Acadêmico de História Lélia Gonzalez, os estudantes visam dialogar sobre como as instituições enfrentarão o bloqueio orçamentário, anunciado nesta quinta-feira (6). 

“Temos acompanhado de perto o desmonte imposto às instituições públicas e orquestrado pelo governo Bolsonaro. O novo decreto 11.216/22, publicado no dia 30, faz parte do conjunto de medidas que visam sucatear e destruir o ensino público no Brasil. Acreditamos que com a ampla participação dos estudantes conseguimos frear os sucessivos ataques à educação”, diz centro acadêmico em postagem.

A plenária acontecerá nesta sexta-feira, a partir das 18h30, na concha acústica da UFMS.

Impacto em contas básicas das universidades

A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) disse em coletiva de imprensa na quinta-feira (6) que o corte orçamentário poderá impactar o pagamento de contas básicas, como água e luz.

Conforme o presidente da associação, reitor Ricardo Fonseca, as universidades já enfrentavam dificuldades com o primeiro bloqueio orçamentário, ocorrido em maio deste ano. Agora, a preocupação assola as instituições.

“Por conta do bloqueio de maio, já havia uma situação em colapso orçamentário, como a Universidade Federal do RJ. Posso dizer que as consequências serão gerais, há universidades que estavam desenvolvendo vacina da covid e com esse corte é impossível não imaginar que esses projetos serão impactados. Projetos de pesquisa, extensão, mas o que traduz bem são as despesas básicas, como luz, água, manutenção, limpeza, vigilância”, afirmou.

O presidente da Andifes pontuou que, em contato com o MEC, foi informado que há uma perspectiva que o orçamento seja desbloqueado no dia 1º de dezembro. “Mas até lá as universidades vão precisar de verba. E uma perspectiva não é uma certeza. Queremos uma certeza”, afirmou.

Fonseca também reforçou que o bloqueio do orçamento partiu do Ministério da Economia, aprovado pelo Governo Federal, não do MEC (Ministério da Educação).

Cortes no orçamento em MS

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) foi a maior afetada, ficando sem R$ 3,8 milhões. O IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) teve estornados R$ 2,1 milhões.

Em nota, o IFMS informou que o valor representa 5,8% do orçamento de 2022 da instituição. O documento assinado pela reitora Elaine Cassiano destaca que os impactos do corte ainda estão sendo avaliados.

UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) perdeu R$ 399 mil e apontou que a medida “vai impactar diretamente no custeio da instituição, ou seja, todos os contratos essenciais, como energia elétrica e vigilância, e bolsas próprias da universidade, destinadas a estudantes, como iniciação científica, auxílio transporte e outras”.