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Cotidiano

Entenda por que ONG autuada por maus-tratos e que fechou as portas continua com guarda de animais

ONG cuidava de 55 animais e foi autuada por poluição exacerbada
Nathália Rabelo -
maus-tratos em animais
Animais estavam em situação de maus-tratos (Foto: Henrique Arakaki - Jornal Midiamax).

A ONG (Organização Não Governamental) autuada por maus-tratos de 55 animais que viviam em condições precárias em residência de fechou as portas. Recentemente, todos os animais já foram transferidos para a chácara da família que gerenciava a instituição. Segundo o delegado Maércio Alves Barbosa, da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), não se pode criar essa quantidade de animais em perímetro urbano.

Conforme pontuado pelo delegado ao Jornal Midiamax, a casa onde funcionava a ONG era inapropriada.

“A família realizava um trabalho nobre, mas de forma errada. A casa era inapropriada para criar aquela quantidade de animais porque a zona urbana não é para esse tipo de atividade”, diz.

Além disso, a conduta inadequada promoveu vários prejuízos à região, bem como aos moradores.

Caso de maus-tratos em animais
(Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)

“O cuidado inadequado desses animais neste espaço causava poluição exacerbada e prejuízos aos vizinhos. A dona tinha essa chácara já com outros animais. Então, todos que estavam aqui foram levados pra lá”, ressaltou Maércio.

Dessa forma, o transporte dos animais foi realizado pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). O Jornal Midiamax acionou o CCZ para entender se a equipe fará algum tipo de visita ou periódica à propriedade rural – visto que animais continuam aos cuidados da família autuada pelos maus-tratos.

Em nota, o CCZ disse que “o procedimento no âmbito do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) no que diz respeito à infração sanitária, encontra-se dentro do prazo de defesa, cabendo vistorias para constatações do que for disposto na defesa, e, a instituição se regularizando, também deverá ser posteriormente vistoriada para atestar tais adequações”.

Maus-tratos a animais

Na última quarta-feira (7), a e duas filhas que gerenciavam a ONG, localizada no Bairro Novos Estados, foram autuadas após denúncias de maus-tratos.

No local, equipes da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e Vigilância Sanitária encontraram 40 cães e 15 gatos em situação precária. Foi cumprido mandado de busca.

O local estava com muita sujeira e os vizinhos reclamavam do mau cheiro constante, além do barulho. Conforme apurado pela equipe de reportagem, os vizinhos alegavam que as mulheres recolhiam os animais da rua e colocavam dentro da casa, mas não davam o atendimento nem limpeza necessários aos gatos e cachorros.

Eles informaram que o local está nessas condições há cinco anos, e que outros 80 animais já teriam sido levados para uma chácara da família dias atrás.

Caso de maus-tratos em animais
(Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)

Após autuação, ONG fechou as portas

Um dia após ser autuada, a família anunciou o fechamento da ONG e explicou que os animais recolhidos serão mantidos na chácara com doações de grupo de padrinhos.

“A casa é grande, pela foto dá para ver, uma casa simples, nunca conseguimos ajuda para manutenção dela, mas sempre abrigou muito bem eles”, disse a nota.

As donas ainda ressaltaram as dificuldades de manter os cuidados dos animais no espaço, visto que sobreviviam com doações e ajuda de custo. A mensal, por exemplo, ultrapassava R$ 2 mil

Em nota, as mulheres também alegaram que, apesar da sujeira da piscina, os animais não consumiam aquela água.

“Ficamos o dia todo em função deles [animais], até 22h, cuidando e medicando os que precisam. A piscina que temos durante um tempo deixamos fechada por falta de dinheiro para manutenção, e nunca deixamos eles tomarem essa água, como muitos especularam”, diz a nota.

Em relação aos repasses que seriam investigados – já que elas apresentaram um documento baseado na Lei 6792/2022, de utilidade pública – as proprietárias alegaram que tentavam ajuda financeira. “Corremos atrás de declarações públicas para ‘tentar’ conseguir. Mas até hoje não recebemos R$ 1. Somos transparentes em tudo que fazemos, e isso não é novidade por aqui. É exaustivo tudo isso que estamos passando e vamos parar”, finaliza a nota.

Alívio para os vizinhos

Após o fechamento da ONG e transferência dos animais, os vizinhos da região relataram momentos de alívio ao Jornal Midiamax, tendo em vista que conviviam com a situação há mais de anos.

Segundo os moradores, eles não conseguiam ficar nas áreas comuns de suas próprias casas, como quintal e varanda, devido ao mau cheiro vindo da residência. Eles afirmam já terem feito contato com a proprietária há dois anos, e feito abaixo assinado, mas a situação não foi resolvida.

Os vizinhos afirmam que, após a saída da mãe e das filhas da residência, o local foi limpo e uma caçamba colocada para retirar os lixos de lá.

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