Depois da Jaguapiru, oitivas itinerantes da DAM de Dourados chegam a Aldeia Bororó
Desta vez foram realizados mais de 40 atendimentos, em 38 inquéritos abertos pela delegacia
Marcos Morandi –
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A partir de experiências já realizadas na comunidade Jaguapiru, uma força-tarefa da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) esteve na Aleia Bororó, Reserva Indígena Federal de Dourados. As oitivas itinerantes foram realizadas nesta quarta-feira (7).
As ações desenvolvidas ao longo do dia fazem parte de um projeto que ainda está em fase experimental com base nas demandas geradas pelos moradores das duas aldeias. Os trabalhos desta vez foram coordenados pela delegada titular da DAM, Ana Cláudia Pimentel Malheiros Gomes.
Além da titular, as oitivas foram acompanhadas pela delegada Ariana da Silva Gomes, que já tinha comandado o mutirão realizado na aldeia Jaguapiru no início de outubro. A equipe também é formada pelos servidores Carlos dos Santos, Ailson do Carmo Souza, Louvado Haverroth, Amanda Medrado dos Santos, Mirna Juliana Oliveira e Osana Alves da Fonseca.
Segundo informações da delegada Ana Cláudia, foram realizados mais de 40 atendimentos, em 38 inquéritos abertos pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Dourados. Os números são superiores aos procedimentos realizados nas oitivas da Aldeia Jaguapiru.
Parceria
Ainda de acordo com a DAM, as oitivas itinerantes foram realizadas em parceria com as lideranças da Aldeia Jaguapiru e também da Bororó, que auxiliaram no comparecimento dos intimados e na disponibilização do espaço e computadores.
“Facilitam muito as nossas oitivas, uma vez que eles não têm condições de ir na delegacia, por ser muito longe. Muitas vezes faltam meios de transportes e isso dificulta a ida deles na delegacia para serem ouvidos. A gente estando lá, fica mais fácil para os moradores”, explica a titular da DAM, que teve todas as intimações cumpridas.
No entendimento da delegada Ariana da Silva Gomes, além da aproximação com as comunidades indígenas de Dourados, o trabalho realizado nas aldeias também proporciona economia de tempo e de gastos.
“Muitas pessoas saem da aldeia a pé, de carroça, bicicleta. São uns 16 quilômetros. Algumas mulheres vêm com filhos porque não têm onde deixar. Isso gera um desconforto para eles. Outro aspecto positivo dessa iniciativa é que a comunidade se sente mais segura com a nossa presença”, explica a delegada Ariana.
A reportagem do Midiamax também conversou com lideranças da Aldeia Jaguapiru e da Bororó, que aprovaram a implementação do projeto desenvolvido pela DAM de Dourados.
“Infelizmente na Jaguapiru e também na Bororó acontecem muitos casos de violência que são denunciados, mas muitas vezes as vítimas e também os acusados não são localizados”, explica um desses líderes.
Peso das costas
Uma mãe da Jaguapiru ouvida pela reportagem do Midiamax avalia a presença da equipe da DAM como motivação para que outras mulheres não fiquem com medo de falar o que realmente acontece com elas.
“Tem hora que nem dá vontade de ir porque fica muito difícil e pesado carregar os filhos pequenos. Com elas aqui, perto de nós, me sinto mais corajosa”, diz a indígena.
Na Bororó, onde a demanda de ocorrências registradas na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados e depois repassadas à DAM também é grande, a presença da força-tarefa recebeu elogios.
“Depois que a gente conversa com o pessoal da delegacia aqui na nossa própria comunidade, me sinto mais tranquila. É como se eu tirasse um peso das minhas costas. Me sinto com o dever cumprido com as autoridades”, revela uma moradora ouvida em uma das oitivas da Bororó.
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