CRMV-MS e Decat devem investigar omissão de socorro e maus-tratos em caso de cão atropelado

Animal foi atropelado em frente à clínica veterinária de universidade de Campo Grande, não resistiu e morreu sem atendimento

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Hércules foi atropelado e não resistiu
Foto: Reprodução/Instagram/Guarda Animal

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio da 26ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Campo Grande, decidiu, na última segunda-feira (25), que a responsabilidade de investigar o caso do cão Hércules, atropelado em frente ao Hospital Veterinário da UCBD (Universidade Católica Dom Bosco), será da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) e CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Mato Grosso do Sul).

Procurado por acadêmicos que ficaram abalados com o caso, o advogado Pablo Chaves, especialista em direito animal, instaurou abertura de inquérito policial para investigar o fato. O pedido ressaltava que na tarde do dia 31 de março funcionários e alunos da universidade ouviram os gritos de dor do cachorro, além dos graves ferimentos. Levaram até a unidade, mas foram informados que o hospital não realiza resgate de animais.

Ao perceber que não havia solução, levaram até uma clínica particular, onde foi aplicado um medicamento para aliviar a dor, mas ele não resistiu e morreu durante o exame de ultrassonografia.

O atropelamento, em si, não é considerado crime, pois não foi possível registrar com exatidão quem teria praticado. Portanto, a decisão, assinada pela promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, reforça que deve ser oficializada uma denúncia na Decat para investigar se houve maus-tratos.

Quanto à omissão de socorro por parte dos funcionários do hospital veterinário, deve ser encaminhada uma reclamação ao CRMV-MS.

Atropelado

Após a publicação nas redes sociais da ONG Instituto Guarda Animal, um outro morador apareceu e se disponibilizou a ajudar o cão, levando-o para atendimento veterinário. Mas Hércules não resistiu.

“Infelizmente nossa ajuda chegou tarde para esse anjo. Ele teve torção estomacal, intestinal e laceração nas vísceras. Caso dele era muito grave e cirúrgico. Se tivesse sido socorrido no momento do atropelamento, estaria vivo agora”, disse o instituto em postagem nas redes sociais.

Depois de muitos questionamentos, a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) se manifestou nas redes sociais, publicando esclarecimentos pela falta de atendimento ao cachorro atropelado. No entanto, o instituto compartilhou nota de repúdio, dizendo que o animal teria sido atropelado justamente em frente à clínica da universidade.

Muitos internautas lamentaram a falta de atendimento, uma vez que em vídeo divulgado aparece o cão agonizando no campus.

À reportagem do Jornal Midiamax, a UCDB disse em nota que não realiza resgate de animais e que o cachorro deveria estar acompanhado de tutor responsável. Confira a nota completa:

A UCDB vem por meio deste comunicado prestar esclarecimentos sobre o caso ocorrido na data de ontem (31/03), envolvendo nossa Clínica Veterinária – Escola. Uma pessoa foi até a Clínica por volta das 16 horas, informar que um animal estava com ferimentos no campus da universidade. Nossa atendente informou que não fazemos resgate de animais, mas que o atendimento seria realizado caso o animal fosse levado até as dependências da Clínica Veterinária – Escola e que o mesmo precisaria de um tutor responsável para acompanha-lo no processo. Após esse contato, em nossos canais oficiais e na recepção, não fomos mais acionados. É importante ressaltar que o animal não foi levado até a Clínica Veterinária – Escola para atendimento clínico e afirmamos que o atendimento não seria negado nesta situação”.

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