CONFIRA: nem sensação térmica de 6°C afastou admiradores de observarem Lua de Sangue e eclipse em MS
Próximo eclipse total da Lua que poderá ser visto nessas circunstâncias no Brasil será em 2029
Graziela Rezende, Wendy Tonhati –
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A madrugada foi gelada em Mato Grosso do Sul, mas isso não impediu que os admiradores da lua ficassem acordados, durante a madrugada, para observar a ‘Lua de Sangue’ e o eclipse lunar. A chuva, que caiu durante o dia, quase atrapalhou a observação, só que bem na hora do eclipse foi possível assistir ao primeiro e único eclipse total da lua, de 2022.
O eclipse total ocorre quando a lua entra na sombra da terra em um alinhamento entre Sol, Terra e Lua. No eclipse lunar total, o satélite natural da Terra fica com a coloração avermelhada, é a chamada “Lua de Sangue”.
De acordo com o Observatório Nacional, esse eclipse da Lua é triplo-total para os brasileiros: é um eclipse total, totalmente visível em todo o Brasil. É totalmente visível porque a Lua estará acima do horizonte (e alta no céu) durante todas as fases do eclipse: penumbral, parcial, total, parcial e penumbral. O fenômeno foi visível em toda a América do Sul e América Central, parte da América do Norte, parte da Europa e parte da África.
O próximo eclipse total da Lua que poderá ser visto nessas circunstâncias aqui no Brasil será somente de 25 para 26 de junho de 2029.
‘Lua de Sangue’ e eclipse uniu pai e filhas
A observação do fenômeno uniu pai e filhas no fim de noite de domingo (15) e início da madrugada desta segunda (16), em Campo Grande. O agente de aeroporto e fotógrafo Raphael Cavaleiro, de 37 anos, registrou todas as fases do fenômeno astronômico ao lado das filhas, de 13 e 14 anos, no bairro Coophasul.
Raphael conta que as meninas gostam de observar o céu e que já até ensinou sobre astrofotografia para elas. Ele fez um desafio às filhas: elas precisavam identificar sozinhas a Via Láctea e o Cruzeiro do Sul antes de observar o fenômeno. O desafio foi cumprido e os três assistiram e registraram o eclipse, na gelada madrugada campo-grandense.
Para fazer as imagens, Raphael utilizou câmera profissional e tripé para estabilizar a imagem. Além disso, foi necessário esperar brechas nas nuvens para garantir as melhores fotos.
“Nós fizemos uma longa exposição. Achamos o objeto, o que chamamos de evidência e, em seguida, observamos a nitidez e fizemos as fotos”, conta Raphael ao Jornal Midiamax.
O fotógrafo contou que essa foi a segunda vez que acompanhou o fenômeno da ‘Lua de Sangue’ com as filhas e que da outra vez, foi até chamado de maluco pela esposa, por acordar as meninas às 3h da madrugada para observar as lua, também no frio. “Nós gostamos muito de contemplar a natureza e sempre estamos fazendo isso. Ainda não sabemos, mas já vamos prestar atenção quando tiver de novo”, diz.
Dois Irmãos do Buriti
Em Dois Irmãos do Buriti, cidade a 115 quilômetros de Campo Grande, o biólogo e produtor audiovisual Luiz Felipe Mendes, 32 anos, fez o registro da ‘Lua de Sangue’.
“Depois de um dia inteiro de céu nublado e chuva, São Pedro ouviu as preces e com isso foi possível ver o eclipse”, postou. O biólogo registrou as fases da lua em penumbra, umbra e o eclipse total. Para registrar o fenômeno, ele também utilizou câmera profissional e tripé.
“Dez horas eu comecei a observar, às 22h35 já começou a penumbra e dava pra ver a sombra. Na hora da umbra, que é a hora de sombra total, é difícil de fotografar, porque está muito escuro. Pelo fato de estar escuro, não conseguimos fazer uma foto tradicional, tem que ser uma foto de longa exposição: você tem que deixar o obturador aberto por alguns segundos e para isso não pode tremer, por isso tem que ter um tripé”, explica o biólogo.
E para garantir uma boa foto foi preciso conhecimento e persistência. Para conseguir as três fotos mostrando as fases do eclipse, Luiz Felipe fez 105 fotos para selecionar as três melhores.
“Estava chovendo até às 19 horas e por volta das 21 horas estava bem nublado. Depois apareceu algumas nuvens, mas deu para fotografar tranquilo. Fazia tempo que eu queria fazer esse registro. Da última vez estava nublado, da outra vez eu estava viajando e só foi possível ver da estrada. Foi legal compartilhar com o pessoal também, porque muitos lugares estavam nublado e fui postando e interagindo com o pessoal”, comenta Luiz Felipe.
Contudo, não foram apenas os fotógrafos profissionais que registraram imagens do eclipse. Um leitor do Jornal Midiamax que estava trabalhando como entregador, no momento do eclipse, parou e registrou imagens da lua totalmente vermelha com o celular.
Como ocorre um eclipse lunar
O eclipse total da Lua ocorre quando a Lua entra na sombra da Terra em um alinhamento entre Sol, Terra e Lua. Este é um belo fenômeno para ser observado. Afinal, no eclipse lunar total o satélite natural da terra fica com a coloração avermelhada, é a chamada Lua de Sangue.
Quando um corpo extenso, como o Sol, ilumina outro corpo extenso — no caso, a Terra —, ocorrem duas regiões de sombra: a penumbra e a umbra. Quando totalmente escura, sem nenhuma luminosidade, essa sombra é a umbra; quando recebe luz em alguns pontos, essa sombra, um pouco mais clara, é a penumbra.
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