Comércio em torno dos terminais amarga queda de 50% nas vendas com greve dos motoristas
Motoristas entraram em greve nesta terça-feira (21) e Justiça já determinou que funcionários do Consórcio voltem ao trabalho
Mariane Chianezi, Maria Eduarda Fernandes –
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Com a greve dos motoristas do transporte público de Campo Grande, não só os passageiros foram afetados, como também os comerciantes em torno dos terminais de ônibus. Os empresários comentaram que tiveram uma queda de 50% nas vendas nesta terça-feira (21).
O proprietário de uma loja de doces em frente ao Terminal Bandeirantes, Edson Freitas, disse que não teve problemas com os funcionários — que moram perto — mas, o movimento dos clientes caiu consideravelmente.
“Fui afetado em cerca de 50%. Quando eu cheguei pela manhã, tinham umas pessoas aqui na frente e algumas chegaram a pedir ajuda para chamar Uber e pediram carregador de celular para tentar contato com o patrão. Alguns continuaram esperando porque acharam que ia voltar ao normal às 9h”, afirmou à reportagem.
O dono de uma loja de calçados também ao lado do Terminal Bandeirantes, disse que geralmente as pessoas que descem no terminal costumam ir até a loja dar uma olhada nos calçados, mas que hoje não teve esse movimento.
“Hoje a loja estava parecendo um deserto”, disse Jhonny Silva. Ele contou que, assim como na loja de doces, algumas pessoas pediram para carregar o celular e outras para chamar um carro de aplicativo.
Questionado se a loja terá alguma estratégia nesta quarta-feira (22), caso os ônibus não voltem a circular, ele afirma que não.
“De verdade, não pensamos em nada. Temos as nossas mídias sociais, mas quem depende de ônibus para vir comprar, não vai ter jeito. As vendas caíram e o movimento também”, pontua.
Justiça manda motoristas de volta ao trabalho
O desembargador federal do Trabalho, André Luís Moraes de Oliveira, determinou que o sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo de Campo Grande mantenha 80% da frota dos ônibus em circulação. Caso não atenda à decisão, a pena será multa diária de R$ 200 mil.
A ação foi protocolada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo e Urbano de Passageiros de Mato Grosso do Sul na manhã desta terça-feira (21), junto ao TRT-24 (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região), para barrar a greve dos motoristas do Consórcio Guaicurus, que paralisaram o transporte público mais cedo em Campo Grande.
Conforme o desembargador, a greve deflagrada sem aviso prévio pelo STTCU-CG não atende aos requisitos legais previstos na Constituição. Assim, “a greve foi deflagrada sem observância aos ditames legais, sendo, prima facie, abusiva”, pontuou o magistrado na decisão.
Ainda conforme a decisão, a greve prejudica os serviços essenciais como é o caso do transporte público. “Ressalte-se que as necessidades inadiáveis da comunidade são aquelas que, caso não sejam atendidas, possam colocar em ‘perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população’”, disse o desembargador na decisão.
“Pelo exposto, presentes os pressupostos ao desiderato, DEFIRO a LIMINAR a fim de determinar ao suscitado que mantenha o percentual de 80% (oitenta por cento) dos serviços de transporte IMEDIATAMENTE (assim que for intimado), sob pena de multa diária ao sindicato suscitado no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), cuja destinação será oportunamente decidida”, conclui a decisão.
Por fim, a ordem é para intimar o sindicato com urgência para o cumprimento da decisão.
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