Com seca extrema e calor de 40ºC, Mato Grosso do Sul declara estado de emergência em 14 cidades

Não há previsão de chuva pelos próximos dias no estado, diz meteorologia

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(Foto: Stephanie Dias/Jornal Midiamax)

O período mais sombrio para a região do Pantanal se aproxima e Mato Grosso do Sul publicará decreto nesta sexta-feira (22) declarando estado de emergência em 14 cidades devido às queimadas. Sem previsão de chuva, o estado está em período de seca extrema e a previsão é que temperaturas cheguem a 40°C. A partir do decreto, fica proibido realizar queimadas.

As cidades que terão decreto são: Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana, Porto Murtinho, Sonora, Rio Verde de Mato Grosso, Coxim, Bodoquena, Jardim, Bonito, Anastácio, Corguinho e Rio Negro. Ambos municípios estão sendo atingidos por grave estiagem, o que têm provocado incêndios florestais e urbanos em grande parte de seus territórios

governador assina decreto de emergência
O governador Reinaldo Azambuja assinou decreto de emergência que será publicado nesta sexta-feira (22) | Foto: Stephanie Dias,/Jornal Midiamax

Conforme o tenente Moreira do Corpo de Bombeiros, haverá monitoramento por 24 horas nas cidades em situação de emergência, com uso de 96 satélites e apoio do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Desses satélites, há possiblidade de monitorar desde às áreas menores até às maiores.

“Um dos satélites monitora até chaminés e o outro consegue fazer uma varredura de até 100 hectares”, comentou.

O monitoramento será integrado, com participação dos Bombeiros, Defesa Civil, Semagro e Imasul. A fiscalização ocorrerá da seguinte forma: assim que o foco de calor for encontrado, as equipes entrarão em contato com o proprietário para questionar se o fogo é controlado e aplicar a notificação. Se não houver retorno do proprietário, as equipes poderão adentrar para realizar uma varredura.

Serão de 100 a 150 militares por dia durante o monitoramento. Várias escalas deverão ser feitas.

Clima influenciou estado de emergência

O meteorologista do Cemtec, Vinícius Sperling, explica que já indicativo de chuvas abaixo do ideal, além de não ter registros de chuvas para o pantanal nos próximos 10 a 15 dias, com volume entre 40 a 50% abaixo da média histórica entre julho, agosto e setembro. “Estamos há 100 dias com chuva abaixo da média. O estado está com uma seca de intensidade média em análise dos últimos 12 meses e, atualmente, todas as regiões estão com extrema seca, com exceção do extremo sul do estado”, pontuou.

De acordo com o prognóstico, não há previsão de chuva e as temperaturas podem chegar a 40º na região do Pantanal.

Inverno com calor de 33°C

Quase um mês desde o seu início, o inverno não tem causado o frio esperado em Mato Grosso do Sul. Historicamente, os meses entre maio e julho costumam serem os mais gelados, mas neste ano, faz calor de até 33°C no estado.

Há um ano, Mato Grosso do Sul registrava uma geada com sensação térmica de -5°C. E em reportagem no mesmo mês, previa que uma onda de frio com temperaturas de 3°C para o estado.

As manhãs em MS, por exemplo, tem sido com mínimas de 16°C em cidades do extremo Sul, mas durante as tarde, as temperaturas se elevam rapidamente e há prognóstico de máximas de até 36°C para as próximas semanas. Nada de frente fria.

Conforme o Instituto MetSul, divulgado pelo portal UOL, os dias tem sido mais quentes que o ‘normal’ para a estação considera a mais fria do ano. Isso tem acontecido devido a uma junção de fenômenos, que estão mantendo as temperaturas acima do habitual.

Em reportagem anterior, citamos um fenômeno que acontece na Antártica que reflete no clima em MS. O fenômeno responsável pela ausência do frio é a Oscilação Antártica, uma das mais importantes variáveis que impactam as condições no Brasil e no Hemisfério Sul, tanto na chuva quanto na temperatura. Por isso os dias secos em MS.

La Niña

O meteorologista explica que a La Niña, fenômeno que atua agora no Pacífico Equatorial, favorece ondas de frio mais fortes no Sul do Brasil. Ela pode ser prevista com meses de antecedência, mas existe uma variável cujas estimativas são de curto prazo. E ela é extremamente importante para a chegada de massas de ar frio às latitudes médias da América do Sul, incluindo o Sul do Brasil. Trata-se da chamada Oscilação Antártica, também conhecida pela sigla AAO.

A AAO é um fenômeno que produz um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártica. Também chamada de Modo Anular Sul, conta com duas fases: positiva e negativa. Na positiva, o cinturão de vento ao redor da Antártica se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul. Já na fase negativa, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para Norte, no sentido do Equador, sem atingir a faixa equatorial.

*Material atualizado às 17h38 para correção de informações.

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