Inacessibilidade, conexão caindo frequentemente e telefone quase sem sinal de torre. A situação soa familiar à do início dos anos 2000, mas é a realidade de muitos campo-grandenses dentro do perímetro urbano da Capital do Mato Grosso do Sul, em pleno 2022.

A situação é enfrentada por Marcia Almeida Barbosa, de 51 anos, moradora do bairro Parque do Sol. Segundo ela, os problemas com a rede móvel do 4G são frequentes, e não há operadora que solucione. “Meu celular aceita três chips, mas já tentei colocando só um, também. Tenho Claro, Vivo e Tim, mas, aqui, você não conta com o 4G. Nenhuma funciona bem”, exclamou.

Marcia diz que problema de rede é recorrente para a internet móvel de forma geral. “Da internet do celular até as ligações, tem horas que funciona e outras, não. Você tem que ficar andando pela casa e procurar sinal da torre. Às vezes, você está em uma ligação e ela cai do nada. E você não consegue mais falar. Ou, te ligam e o celular dá como desligado. A torre chega no máximo a dois palitinhos. Funciona bem só depois da ponte do Lageado”, desabafou.

Ao longo de 18 anos de bairro, ela viu a evolução da internet fixa chegar a passos lerdos na região. “Já troquei de empresa 8 vezes. No caso da via rádio, a cada dois dias o técnico vinha em casa. Sky? Não funcionava bem nem a internet e nem a televisão. Passei muita raiva, mas há cerca de três anos, instalei uma de fibra ótica que funciona bem”, disse ela.  

Sem opções de internet fixa

Morador do bairro Canguru desde 2008, o servidor público aposentado Marden Ubirajara, de 46 anos, não tem problemas com a rede móvel do celular, mas sofre com falta de opções na rede fixa. “Aqui só chega a internet de fibra ótica. Tem as via rádio, mas o sinal é ruim. Esses dias, tentamos pedir uma de fibra da empresa OI, de 200 megas. Ficou tudo certo e no final não vieram instalar. Deve ser porque aqui é um pouco afastado e não tem cobertura”, explicou.

No bairro Jardim Carioca, a professora Samara Anatleto, de 28 anos, sofreu para conseguir encontrar uma empresa de internet fixa que tivesse cobertura na sua região. “Mudei há cerca de um mês e foi difícil encontrar uma operadora que tivesse disponibilidade aqui. Liguei para mais de seis empresas”, disse.

Sobre a internet móvel, Samara afirma que não tem problemas com o serviço na região. Entretanto, ficou impressionada com a resposta padrão das empresas para o serviço fixo. “As seis empresas falaram que não tinham cobertura ou disponibilidade na região. Na 7ª ligação, consegui uma, até o momento não posso reclamar”, finalizou.

5G em Mato Grosso do Sul

Os sul-mato-grossenses podem se preparar para receber a tecnologia 5G a partir de julho de 2022, gradativamente. O novo padrão de conectividade chegará, de forma escalonada, às demais cidades até 2029, conforme o Ministério das Comunicações. Também estão previstos investimentos para ampliar a rede 4G em localidades, municípios e rodovias que ainda não contam com essa cobertura.

[Colocar ALT]
5G, ilustrativa (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A expansão da infraestrutura no setor de telecomunicações é agora possível em decorrência do leilão do 5G, realizado pela (Agência Nacional de Telecomunicações) e promovido pelo Ministério no início de novembro de 2021. Na licitação das faixas de radiofrequência — 700 MHz (megahertz); 2,3 GHz (gigahertz); 3,5 GHz; e 26 GHz — o estabeleceu compromissos que devem ser cumpridos pelas empresas vencedoras para aumentar a conectividade em todo Brasil.

No Centro-Oeste, seis operadoras arremataram faixas e fornecerão os serviços de internet móvel. Além da Claro, Vivo e Tim, estreiam na região a Winity II, a Brisanet e a Algar Telecom.