Com escola em obras, alunos têm aula em quadra de esportes e ex-pizzaria em MS
Empreiteira precisa finalizar obra até abril, mas estudantes precisaram voltar às aulas
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Cerca de 400 alunos da Escola Estadual Eduardo Perez, em Terenos, tiveram um retorno às aulas ‘quente’ em 2022. Após dois anos longe das salas, os estudantes se frustrarem ao retornar ao ensino presencial no Ginásio Esportivo Municipal e em um prédio onde funcionava uma pizzaria.
Sem ventilação e estrutura, as 12 turmas integrais que ficaram na quadra de esportes relataram muito calor nesta segunda-feira (7). Segundo o diretor-adjunto, Ernani Vargas, essa foi a alternativa encontrada para fazer o retorno.
A cidade não dispunha de um local que pudesse abrigar todos os alunos e o setor administrativo, então, 350 estudantes foram realocados no Poliesportivo e 50, mais a administração, ocupou o prédio onde funcionava uma pizzaria. “No andar de cima foram duas turmas do 5º ano e embaixo a coordenação e diretoria”, descreveu ele ao Jornal Midiamax.
“A situação é totalmente lamentável. Quanto menos tempo os alunos passarem lá é melhor. Eles não podem passar sem estudar, já foram dois anos, praticamente perdidos por causa da pandemia, eles estão com vontade de voltar para a escola, mas não dessa forma, alguns pais falaram que os filhos não querem ir para a escola”, disse a representante dos pais no colegiado escolar, Ideuse Pozza.
“Foi horrível”
Oficialmente, a empresa que realiza as obras na unidades escolar tem até o dia 14 de abril para entregá-la. Enquanto isso, os aulos continuam tendo que estudar de forma improvisada. Nesta segunda, aconteceu o primeiro dia de aula e, apesar de ser de ensino integral (das 7h às 15h), o dia escolar foi encerrado às 11h30.
As aulas foram encerradas mais cedo, pois acontecerá a instalação das divisórias para delimitar as salas de aula. Além disso, a escola já solicitou que sejam instalados ventiladores e lousas, no prazo de dois dias. Uma pequena cozinha também foi improvisada no prédio da pizzaria para fornecer as três refeições diárias.
Aluna de 12 anos contou como foi a volta escolar: “Foi horrível. Praticamente não teve aula, os professores não fizeram chamada. Tinha muito eco também, não dava para fazer nada”, relatou. Outra estudante, de 11, disse que “nessa situação não vai dar para estudar”.
A coordenação reconhece as problemáticas que essa situação oferece, como a alta temperatura ginásio — que conta com telhado de zinco. “Pessoal não vai conseguir se concentrar. Se chover nesse período, por exemplo, não vai dar para fazer nada. Além do barulho, está cheio de goteira, vai molhar tudo”, disse o coordenador da escola, que preferiu não ser identificado.
Pedido dos pais
Pai de 45 anos, que tem dois filhos matriculados na escola, reclamou da logística: o filho de 8 anos está no ginásio e a filha, de 5, na pizzaria. “Disseram que em 30 dias vão entregar a obra, mas acho que vai bem mais. O que eu não entendo é que teve a pandemia inteira para reformar e foram reformar somente agora”, reclamou ele.
Outro pai, que tem um filho especial de 7 anos, reivindica um ambiente melhor de estudo para o menino. “Não tem um quadro, todo mundo junto e aglomerado. Um professor grita aqui e o outro grita do lá. Meu filho é aluno especial, ele precisa de um ambiente melhor para aprender”, contou à reportagem.
Conforme Ideuse, os pais querem, ao menos, que as aulas sejam até o meio-dia e que as atividades restantes sejam feitas em casa. A tarde geralmente é mais quente, o que pode aumentar o calor dentro do ginásio onde estão os alunos.
Procurada, a SED (Secretaria de Estado de Educação), disse que “a situação se trata de uma excepcionalidade e que, em casos como este, os locais indicados para realocamento das turmas passam por adaptações visando o andamento das atividades escolares”. A nota traz que o espaço vai passar por “uma série de adaptações” durante esta semana.
*Matéria alterada às 18h03 para acréscimo do posicionamento da SED.
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